Da pornografia política às políticas da pornografia: uma discussão a partir de O poeta pornosiano
DOI:
https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.v31i61.44140Palavras-chave:
pornografia, política, literatura brasileira contemporânea, Glauco MattosoResumo
Este artigo busca analisar a relação entre pornografia e política na antologia O poeta pornosiano (2011), de Glauco Mattoso, a partir do lugar do corpo e do desejo nessa obra. Para tal intento, lançamos mão de uma proposta de cartografia que se situa em diferentes níveis com o intuito de investigar, tanto no nível representativo quanto no expressivo, o modo como a pornografia reelabora a tradição literária a partir da mobilização de um paradigma político outro, recuperando a centralidade do papel da sátira política pornográfica, mas sem desprezar a função desta na excitação sexual. Com isso, argumentamos que O poeta pornosiano promove uma passagem da pornografia política, entendida em seu uso comum, panfletário, e que foi mobilizado por diferentes indivíduos e grupos no decorrer da história ocidental moderna, para as políticas da pornografia, a partir da intensificação do desejo e de uma nova organização sensível do espaço político com o objetivo de colocar a urgência dos problemas sociais em novos termos.
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