Aldir Blanc e Fernando Pessoa - um encontro em Orfeu

Autores

  • Lelia Maria Parreira Duarte Universidade Federal de Minas Gerais

DOI:

https://doi.org/10.22409/cadletrasuff.v31i61.44170

Palavras-chave:

Morte. Aldir Blanc. Fernando Pessoa. Orfeu. Eros e Psiquê.

Resumo

Esta época da Covid 19 parece oportuna ao estudo da poesia de perspectiva órfica, aquela que

reconhece a perda das esperanças, mas que, paradoxalmente, estimula uma criatividade que torne aceitável a ideia insuportável da morte, essa desconhecida. Pretende-se por isso analisar aqui textos de dois autores exemplares nessa perspectiva: Aldir Blanc, poeta e compositor –lamentavelmente vitimado pela Covid 19, – e Fernando Pessoa, cuja melancolia transformou o eu poético em ‘puro terreno de experimentação do Eu” (AGAMBEN, 2008, p. 121-122) e que, em ‘Eros e Psiquê”, confirma sua perspectiva de que ‘Viver não é necessário, o que é necessário é criar”.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lelia Maria Parreira Duarte, Universidade Federal de Minas Gerais

    Professora Titular de Literatura Portuguesa da Universidade Federal de Minas Gerais.  

    Doutora em Literatura Portuguesa pela Universidade de São Paulo.

    Pós-doutora em Literatura Portuguesa pela Universidade de Lisboa

Referências

AGAMBEN, Giorgio. A linguagem e a morte: um seminário sobre o lugar da negatividade. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2006.

AGAMBEN, Giorgio. Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental. Tradução Selvino José Assmann. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007.

AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz; o arquivo e a testemunha ( Homo Sacer III). Tradução: Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2008.

ALVES, Ida Ferreira. Ruy Belo e a errância da linguagem: figurações e ficções da morte. In: DUARTE, Lélia Parreira (Org.). De Orfeu e de Perséfone. Morte e Literatura. Cotia, São Paulo; Belo Horizonte; PUC Minas. 2008. p. 235-252.

ALVES, Ida Ferreira. Pastoral e Finisterra, de Carlos de Oliveira: linguagem e paisagem moventes. In: DUARTE, Lélia Parreira (Org.). A escrita da finitude – de Orfeu e de Perséfone. Belo Horizonte: Veredas & Cenários, 2009, p. 61-75.

LÉVY, Ann-Déborah. Orphée. In: BRUNEL, Pierre. Dictionnaire des mythes littéraires. Paris: Éditions du Rocher, 1988, p. 1093-1103.

BARTHES, Roland. O rumor da língua. Tradução Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Brasiliense, 1988.

BLANC, Aldir. Um cara bacana na 19a. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.

BLANC, Aldir. https://www.letras.mus.br/aldir-blanc/394185/ Acessado em 10 abr.2020.

BLANC, Aldir. https://youtu.be/fLEmLlCYWkQ Acessado em 20 abr.2020.

CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Orphée. In: Dicionnaire des Symboles. Paris: Seghers, 1974. p. 332-334.

ECO, Umberto. Campanile: il comico como straniamento. In: Tra mensogna e ironia. Milano: Bompiani, 1998, p. 53-97.

DUARTE, Lélia Parreira. A criatividade que liberta: riso, humor e morte. In: Ironia e humor na literatura. Belo Horizonte: PUC Minas; São Paulo: Alameda, 2006, p. 51-67.

LOURENÇO, Eduardo. A existência mítica ou a porta aberta. In: Fernando Pessoa revisitado. Porto: Inova,1973. p. 203- 248.

PESSOA, Fernando. Obra poética. Org., intr. e notas de Maria Aliete Galhoz. Rio de Janeiro: Aguilar, 1965.

PESSOA, Fernando. Obras em prosa. Org., intr. e notas de Cleonice Berardinelli. Rio de Janeiro: Aguilar, 1974.

PESSOA, Fernando. Livro do desasocego Tomo I. Ed. Jerónimo Pizarro. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda, 2010.

PESSOA, Fernando. Livro do desassossego. Sel. e intr. Leyla Perrone-Moisés. 3. ed., São Paulo: Brasiliense, 1989.

Downloads

Publicado

2020-12-15

Edição

Seção

Dossiê

Como Citar

Aldir Blanc e Fernando Pessoa - um encontro em Orfeu. Cadernos de Letras da UFF, Brasil, v. 31, n. 61, p. 76–99, 2020. DOI: 10.22409/cadletrasuff.v31i61.44170. Disponível em: https://periodicos.uff.br/cadernosdeletras/article/view/44170. Acesso em: 6 dez. 2025.