Uma bandeira da Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá vai aos domínios de Castela
Resumo
No ano de 1740 os homens bons da Vila do Cuiabá enviaram aos domínios hispânicos uma bandeirinha sertaneja oferecendo produtos e cartas para a nobreza daquelas terras, a fim de estabelecer relações comerciais com os súditos de outro reino, alguns colocaram-se contra outros uniram-se as parcialidades que buscavam tal empresa. Na historiografia colonial este episódio é constantemente revisitado, com interpretações dispares, propomos, neste trabalho, compreender, ainda que parcialmente, as redes que compunham a trama política da Vila Real, percebendo o afastamento de alguns agentes que estavam no poder desde os primeiros anos, outros, comerciantes, que estabeleceram-se na década de 1730, e, ainda, oficiais régios que tinham pouco tempo em cada paragem, indivíduos que teciam redes e buscavam poder e mercês.Downloads
Referências
BICALHO, Maria Fernanda Baptista. As câmaras ultramarinas e o governo do Império. In: FRAGOSO, João; BICALHO, Maria Fernanda; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). Antigo Regime nos trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 189-221.
____________________________. Da colônia ao império: um percurso historiográfico. In: SOUZA, Laura de Mello e; FURTADO, Júnia Ferreira; BICALHO, Maria Fernanda (orgs.). O governo dos povos. São Paulo: Alameda, 2009, p. 91-105.
____________________________. A cidade e o império: o Rio de Janeiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
____________________________. Elites coloniais: a nobreza da terra e o governo das conquistas. História e historiografia. In: MONTEIRO, Nuno G. F. ; CARDIM, Pedro; CUNHA, Mafalda Soares da . Optima Pars: Elites Ibero-Americanas do Antigo Regime, Lisboa, ICS, 2005, p. 73-97.
BORREGO, Maria Aparecida de Menezes. Camaristas, provedores e confrades: os agentes comerciais nos órgãos de poder (São Paulo, século XVIII). . In: SOUZA, Laura de Mello e; FURTADO, Júnia Ferreira; BICALHO, Maria Fernanda (orgs.). O governo dos povos. São Paulo: Alameda, 2009, p. 319-333.
BOXER, Charles. O império marítimo português 1415-1825. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
CAMPOS, Maria Verônica. Goiás na década de 1730: pioneiros, elites locais, motins e fronteira. In: BICALHO, Maria Fernanda; FERLINI, Vera Lúcia do Amaral (orgs). Modos de Governar: ideias e práticas políticas no Império português, séculos XVI a XIX. São Paulo: Alameda, 2005, p.339-359.
CANAVARROS, Otávio. O poder metropolitano em Cuiabá (1727-1752). Cuiabá: EdUFMT, 2004.
FRAGOSO, João. A formação da economia colonial no Rio de Janeiro e de sua primeira elite senhorial (séculos XVI e XVII). In: FRAGOSO, João; BICALHO, Maria Fernanda; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). Antigo Regime nos trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 29-71.
FRAGOSO, João. A nobreza da República: notas sobre a formação da primeira elite senhorial do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII).Topoi: Rio de Janeiro, 2000, vol.1, n.1, pp.45-122.
_________________. A nobreza vive em bandos: economia política das melhores famílias da terra do Rio de Janeiro, século XVII. Algumas notas de pesquisa. Tempo. Rio de Janeiro, nº. 15, 2003, p. 11-35.
GOUVÊA, Maria de Fátima Silva. Conexões imperiais: oficiais régios no Brasil e Angola (c. 1680-1730). In: BICALHO, Maria Fernanda; FERLINI, Vera Lúcia do Amaral (orgs). Modos de Governar: ideias e práticas políticas no Império português, séculos XVI a XIX. São Paulo: Alameda, 2005, p. 181ss.
____________________________. Redes governativas portuguesas e centralidades régias no mundo português, c. 1680-1730. FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.) Na trama das redes: política e negócios no império português (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010, p. 155-202.
____________________________; FRAZÃO, Gabriel Almeida; Santos, Marília Nogueira dos. Redes de poder e conhecimento na governação do Império Português, 1688-1735. TOPOI, v. 5, n. 8, jan.-jun. 2004, p. 96-137. Disponível em http://www.revistatopoi.org/numeros_anteriores/Topoi08/topoi8a3.pdf acesso 20/07/2015.
HESPANHA, António Manuel. A constituição do Império português. Revisão de alguns enviesamentos correntes. In: FRAGOSO, João; BICALHO, Maria Fernanda; GOUVÊA, Maria de Fátima (orgs.). Antigo Regime nos trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 163-188.
___________________________. As outras razões da política: a economia da “graça”. In: ____. A política perdida: ordem e governo antes da modernidade. Curitiba: Juruá, 2010, p. 85-109.
____________________________. Governo, elites e competência social: sugestões para um entendimento renovado da história das elites. In: ________. Caleidoscópio do Antigo Regime. São Paulo: Alameda, 2012, p. 65- 75.
JESUS, Nauk Maria de. A câmara municipal da Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá e o seu período de ‘regência’. In: DORÉ, Andréa; SANTOS, Antonio César de Almeida. (Org.). Temas setecentistas. Governos e populações no Império português. Curitiba: UFPR/SCHLA/Fundação Araucária, 2008, v. 1, p. 205.
____________________. Governo local na fronteira oeste: a rivalidade entre Cuiabá e Vila Bela no século XVIII. Dourados: EdUFGD, 2011.
____________________. Na trama dos conflitos: administração na fronteira oeste da América Portuguesa (1719-1778). (Tese de doutoramento) – Niterói, Universidade Federal Fluminense, 2006.
LUCÍDIO, João Antônio Botelho. “A Ocidente um imenso Brasil”: as conquistas dos Rios Paraguai e Guaporé (1680-1750). (Tese de doutoramento) – Lisboa, Universidade de Nova Lisboa, 2013.
MELLO, Evaldo Cabral de. Rubro veio: O imaginário da restauração pernambucana. São Paulo: Alameda, 2008.
ROSA, Carlos Alberto. A Vila Real do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, (Vida Urbana em Mato Grosso no século XVIII: 1722-1808. (Tese de doutoramento) – São Paulo, Universidade de São Paulo, 1996.
SILVA, Vanda da. A concessão de sesmarias na Capitania de Mato Grosso. Fronteiras: Revista de História. Dourados, vol. 17, nº. 29, 2015, p. 11-33.
STONE, Lawrence. Prosopografia. Revista de Sociologia e Política. vol. 19, nº 39, Jun. 2011, p. 115-137.
VOLPATO, Luiza Rios Ricci. A conquista da terra no universo da pobreza: formação da fronteira oeste do Brasil (1719-1819). São Paulo: HUCITEC; Brasília: INL, 1987.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre