A luta pelo direito e a assessoria jurídica popular: desafios e perspectivas da atuação da RENAP no Estado do Rio de Janeiro
DOI:
https://doi.org/10.22409/conflu7i1.p277Resumo
A partir da análise dos princípios, objetivos e daatuação da Rede Nacional de Advogados Populares- RENAP, em especial no Estado do Rio de Janeiro -pretendo contribuir para o debate sobre assessoria jurídicapopular. O texto aborda a formação jurídica acrítica noscursos de Direito e o reflexo desta na prática profissional.Aponta a necessidade de transformação social e deestudos interdisciplinares. Traça também um histórico daadvocacia popular, com caráter exemplificativo. Assim,diversas concepções de luta pelo direito são apresentadas,demonstrando o histórico do debate acerca do acesso àjustiça e da luta contra a injustiça. Algumas limitaçõesde conceitos de direito à resistência e à desobediênciacivil se revelam. Introduzo os debates sobre pluralismojurídico e direito insurgente, que fundamentam as açõesdas assessorias populares. Nesse quadro, apresenta-se a RENAP como uma articulação de juristas que prestamserviços de assessoria popular. Desse modo, a RENAPpode ser entendida como contraponto ou como umatentativa de ruptura com a formação e a advocaciatradicional. Os principais desafios e limites da assessoriajurídica popular são explicitados com o objetivo de superálos.Destaco, finalmente, a atuação da Renap no Rio deJaneiro e a sua intervenção na defesa dos direitos básicose fundamentais dos trabalhadores, em especial os dosintegrantes do Movimento de Trabalhadores Rurais SemTerra -MST. Dessa forma, reafirma-se o compromisso deluta contra a desigualdade social e na busca de uma Justiçaque priorize o ser humano.Downloads
Referências
ALFONSIN, Jacques Távora. Dos nós de uma lei e de um
mercado que prendem e excluem aos nós de uma justiça
que liberta. In DORA, Dénise Dourado (org) Direito e
Mudança Social. Rio de Janeiro: Renovar, 2003.
ARAUJO, Maria Teresa. Apresentação. In: Discutindo a
assessoria popular (Coleção “Seminários” n° 15). Rio de
Janeiro: IAJUP/FASE, 1991.
FARIA, José Eduardo. Formalismo Jurídico. In:
Discutindo a assessoria popular - II (Coleção
“Seminários” n° 17). Rio de Janeiro: IAJUP/FASE, 1992.
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas.
a ed., Rio de Janeiro: Nau Ed., 1999.
MARTINS, José de Souza. Cidadania, movimentos
sociais e entidades de mediação. In: Discutindo a
assessoria popular - II (Coleção “Seminários” n° 17).
Rio de Janeiro: IAJUP/FASE, 1992.
MORIN, Edgar. Para sair do século XX. (Tradução
de Vera de Azambuja Harvey). Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 1986.
PAUPÉRIO, A. Machado. O Direito Político de
Resistência. 2 a ed., Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1978.
PRESSBURG, Miguel (entrevistador). A palestra do
Onofre. In: Um Trabalhador fala: O Direito, a Justiça
e a Lei (Coleção “Socializando Conhecimentos” n° 5).
Rio de Janeiro: IAJUP/FASE, 1988.
PRESSBURGER, T. Miguel. Direito Insurgente: o direito
dos oprimidos. In: Direito Insurgente: o direito dos
oprimidos (Coleção “Seminários n° 14). Rio de Janeiro:
IAJUP/FASE, 1990.
REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 7a ed., São Paulo:
Editora Saraiva, 1975.
ROCHA, Osvaldo de Alencar. O direito encontrado na luta.
In: Direito Insurgente: o direito dos oprimidos (Coleção
“Seminários n° 14). Rio de Janeiro: IAJUP/FASE, 1990.
SANTOS, Boaventura de Souza. Um discurso sobre as
ciências. Porto: Edições Afrontamento, 1987.
SOUSA JÚNIOR, José Geraldo de (Org.). Direito
Achado na Rua. 4a ed. Brasília: EdUnB, 1993.
STRUCHKA, Piotr. Direito de classe e revolução
socialista. Ia ed. São Paulo: Xamã Editora, 2001.
WOLKMER, Antônio Carlos. Pluralismo Jurídico. 3a
ed., São Paulo, Ed. Alfa Omega, 2001
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. Possuem permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.