ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE NASCENTES PROTEGIDAS PELO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – RIO RURAL, MICROBACIA DO RIO FAGUNDES, PARAÍBA DO SUL (RJ)

conflitos, lacunas e alternativas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/eg.v8i18.50227

Palavras-chave:

Mapeamento de nascentes, Proteção de nascentes, Espaço rural

Resumo

Tendo como panorama os conflitos, lacunas e alternativas da legislação brasileira referente à proteção das nascentes, tem-se como objetivo apontar e discutir as dificuldades na identificação e mapeamento de Áreas de Proteção Permanentes (APPs) de nascentes, em vista da sua complexidade fisiográfica, dinâmica e tipológica. Como metodologia, utilizaram-se as propostas de mapeamento de nove nascentes localizadas na microbacia do Rio Fagundes, em Paraíba do Sul (RJ). Foram elaboradas as propostas “previstas” e “ideais” de mapeamento de nascentes com características de intermitência, mobilidade e exfiltração difusa, pontual e perene, que se aproximam do modelo previsto pela Lei 12.651/2012 e idealizado pela Resolução CONAMA 303/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Os resultados indicam que há a necessidade de aproximação da legislação à realidade prática das nascentes, principalmente as protegidas, tendo como base o conhecimento científico. Considera-se a proteção das microbacias de contribuição das nascentes a solução mais adequada para esses hidrossistemas.

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Biografia do Autor

Cintia de Andrade Corrêa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutora e mestra em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. Possui graduação em Geografia (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF e especialização em Análise Ambiental pela mesma instituição. Pesquisadora associada ao Grupo de Estudos Ambientais - GEA/ UERJ e ao Grupo de Pesquisa e Extensão Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água - TERRA/ UFJF; mediadora presencial do curso de Licenciatura em Geografia - UERJ - Fundação CECIERJ/ Consórcio CEDERJ e professora de Geografia da rede estadual de educação do Rio de Janeiro - SEEDUC/RJ. Desenvolve pesquisas relacionadas a Geomorfologia Ambiental, Hidrogeomorfologia e Planejamento Ambiental. Atua nos seguintes temas: nascentes, áreas protegidas, bacias hidrográficas, qualidade da água e geoprocessamento.

Nadja Maria Castilho da Costa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1979), mestrado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). Atualmente é professor associado da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e coordena o Grupo de Estudos Ambientais/GEA-UERJ, cadastrado no Diretório de Pesquisa do CNPq. Atua na área temática de geociências, com destaque para os seguintes sub-áreas: Análises ambientais em unidades de conservação, biogeografia, educação ambiental e geoconservação/geoturismo.

Miguel Fernandes Felippe, Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Juiz de Fora e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da mesma instituição. Geógrafo, Doutor em Geografia e Análise Ambiental (IGC-UFMG). Coordenador do grupo de pesquisas TERRA - Temáticas Especiais Relacionadas ao Relevo e à Água (UFJF-CNPq). Trabalha na interface entre a Geomorfologia, Hidrologia e Hidrogeologia, desenvolvendo projetos de pesquisa e extensão nas áreas de Hidrogeomorfologia, Geomorfologia Fluvial, Geomorfologia Ambiental e Recursos Hídricos. Possui experiência acadêmica na temática de nascentes de cursos dágua, cabeceiras de drenagem e desastres ambientais.

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Publicado

2022-08-31

Como Citar

CORRÊA, C. DE A.; COSTA, N. M. C. DA; FELIPPE, M. F. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DE NASCENTES PROTEGIDAS PELO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL – RIO RURAL, MICROBACIA DO RIO FAGUNDES, PARAÍBA DO SUL (RJ): conflitos, lacunas e alternativas. Ensaios de Geografia, v. 9, n. 18, p. 68-97, 31 ago. 2022.