QUE ROSTOS TEM O ENSINO DE GEOGRAFIA?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/eg.v8i18.52879

Palavras-chave:

Estudos Queer, Interseccionalidade, Gênero, Sexualidades, Raça

Resumo

Embora as discussões acerca do ensino de Geografia no Brasil não sejam novas no Brasil, a atualidade e diversidade de seus temas e análises são facilmente reconhecidas. Contudo, é possível perceber uma abstração diante dos rostos que fazem os processos de ensino-aprendizagem em Geografia, desconsiderando o trabalho com as diferenças na produção do espaço, incluindo o espaço escolar. Assim, o presente texto tem como objetivo refletir sobre para quem ensinamos Geografia em nossas escolas. Para tanto, eu promovo um diálogo entre os estudos queer e a interseccionalidade a fim de questionar as possibilidades do fazer geográfico que construímos pela prática espacial de nossa existência: a corporeidade. Portanto, desde uma perspectiva queer interseccional e para além das questões de gênero, sexualidades e raça, é fundamental repensarmos um ensino de Geografia que nos possibilite percorrer por outros horizontes, desestabilizando barreiras e ultrapassando fronteiras. 

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Biografia do Autor

Victor Pereira de Sousa, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Mesntrando em Geografia (UFRRJ). Especialista em Antropologia (UCAM) e em Filosofia e Direitos Humanos (UCAM). Licenciado em Geografia (UERJ) e em Ciências Sociais (UNICSUL) e graduando em Pedagogia (UNIRIO). Atua como professor da Educação Básica no Ensino Fundamental Anos Finais e no Ensino Médio.

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Publicado

2022-08-31

Como Citar

SOUSA, V. P. DE. QUE ROSTOS TEM O ENSINO DE GEOGRAFIA?. Ensaios de Geografia, v. 9, n. 18, p. 149-167, 31 ago. 2022.