GEOGRAFIA(S) DA(S) PALAFITA(S)
espacialidades, precariedade habitacional e o habitar entre palafitas urbanas em Manaus (AM)
DOI:
https://doi.org/10.22409/eg.v10i22.58573Palavras-chave:
Geografia urbana, Habitação, Manaus, Palafitas, Precariedade habitacionalResumo
A ocupação dos igarapés urbanos é peça-chave para compreensão dos processos de produção da cidade de Manaus (AM). Partindo de aspectos históricos mais amplos, buscou-se a partir de Manaus (AM) e das casas de palafitas apontar características dessa tipologia habitacional e sua base geográfica no espaço urbano. O objetivo do trabalho é apresentar aspectos geográficos das palafitas urbanas a partir do caso de Manaus-AM. Especificamente, busca-se (1) analisar as transformações históricas antigas até as atuais, passando pela inserção dessas casas no urbano e (2) identificar as experiências próprias dos moradores enquanto casas do possível-habitar na relação cidade-natureza. Como procedimentos, as reflexões são apresentadas com base em revisão bibliográfica, além de trabalho de campo em área de palafitas no bairro de Educandos, ao qual foram empregadas observações e entrevistas com atenção à produção social dessas casas. A manifestação da “palafitarização” é um processo socioespacial pelo conteúdo geográfico ao qual as palafitas tem sua gênese e continuidade através de espaços intersticiais. Constatou-se que a experiência palafítica é singular por estar em área limítrofe água-terra e essa singularidade se traduz na agência das águas no impacto na casa e na vida. Palafitas, como expressão da cultura, também são produto social que revelam as contradições do habitar no espaço urbano manauara.
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