Artesanias Geográficas
imagens, poesia, arte urbana, papéis coloridos, canetinhas e tintas para a composição de práticas de ensino na Geografia Escolar
DOI:
https://doi.org/10.22409/eg.v10i23.61995Palavras-chave:
Educação geográfica, Programa de Residência Pedagógica, Geografia escolarResumo
Este artigo busca refletir sobre a Didática e as práticas de ensino na Geografia Escolar. A partir da apresentação de duas pesquisas de final de curso, buscamos compreender como a imersão nas escolas públicas junto ao Programa de Residência Pedagógica torna possível ressignificar as práticas de ensino na Geografia Escolar para além de uma monocultura escolar. Partimos da noção de Vera Candau sobre didática e as monoculturas escolares como um modo de ativar a criação e invenção de artesanias geográficas, em diálogo com a pedagogia engajada de bell hooks e Paulo Freire. A metodologia utilizada foi a cartografia como perspectiva de pesquisa pós-crítica em educação ao acompanhar os processos pedagógicos nas escolas por meio da observação participante, escrita em diários, análise do currículo de Geografia e livros didáticos, além da proposição de oficinas sobre conflitos socioambientais e a percepção urbana. Essa foi a ferramenta metodológica criada como meio de problematizar ausências curriculares e os modos hegemônicos de ensinar Geografia nas escolas. Da permanência no Programa de Residência Pedagógica são construídas práticas de ensino e pesquisa na educação geográfica que priorizam mais os modos e maneiras do fazer pedagógico, como composição de exercícios de atenção ao mundo, abrindo espaços para a inventividade e a construção de gramáticas insurgentes na Geografia Escolar.
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