O espaço coisificado
(d)escrevendo a Colônia tropical
DOI:
https://doi.org/10.22409/eg.v12i25.66168Palavras-chave:
Colonização, Produção do espaço, Desigualdade socio-espacial, Fuga, QuilombismoResumo
Nesse ensaio, busco tensionar a proposta lefebvriana de produção do espaço a partir a métrica epistemológica da colonização, apresentando a noção derivada de produção colonial do espaço. Para tanto, faço uso da ideia de escrita (e seu duplo, a descrição) como um movimento de produção semântica de uma determinada ordem de dominação material e simbólica. Trato, especialmente, da colônia brasileira, evocada por seus principais processos produtivos: a plantation, a escravização e desumanização de pessoas e da organização logística que posiciona corpos, lugares e seres inanimados no léxico logístico do capital. Esse movimento tem o objetivo de resgatar as origens epistemológicas modernas da noção de espaço para, então, articular uma possibilidade de fissura, a saber, a fuga.
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