Implicações do retorno ao trabalho após licença-maternidade na rotina e no trabalho da mulher

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5541

Palavras-chave:

função materna, licença maternidade, trabalho feminino

Resumo

O aumento da inserção da mulher no mercado de trabalho formal e as mudanças do papel feminino nos séculos XX e XXI, remetem a uma adaptação da mulher a esta realidade social. Muitas vezes, é necessário conciliar funções onde a mulher é desafiada a atender diversas demandas e cumprir expectativas provenientes de cada uma delas, como as funções profissional e materna. Este estudo buscou caracterizar as implicações na relação de mulheres com seu trabalho e rotina pessoal após a licença maternidade. Os dados foram coletados por meio de entrevista semiestruturada aplicadas a mulheres que haviam retornado ao trabalho após a licença maternidade de seu primeiro filho. Dentre os resultados, verificou-se que a maternidade é uma experiência significativa que influencia na rotina e no trabalho da mulher. Verificou-se ainda que as mulheres optam por conciliar os papéis materno e profissional, por perceberem benefícios sociais, cognitivos e emocionais viabilizados pelo trabalho.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Carla Fernandes Garcia, Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, SC

Possui graduação em Psicologia pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2014). Cursando Especialização em Gestão de Pessoas. Tem experiência na área de Psicologia Organizacional.

Juliane Viecili, Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, SC

Juliane Viecili concluiu o doutorado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2008 e o mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2002. Atualmente é professora da Universidade do Sul de Santa Catarina. Já atuou como docente da Universidade do Planalto Catarinense e professor substituto da Universidade Federal de Santa Catarina. Publicou 3 artigos em periódicos especializados e 9 trabalhos em anais de eventos. Participou de 17 eventos no Brasil. Atua na área de Psicologia. Em suas atividades profissionais interagiu com 35 colaboradores em co-autorias de trabalhos científicos. Em seu currículo Lattes os termos mais freqüentes na contextualização da produção científica, tecnológica e artístico-cultural são: Coerção, Relação professor aluno, Aprendizagem, Formação do psicólogo, Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de graduação em Psicologia.

Referências

ALVES, J. E. D. Inserção social e exclusão política das mulheres brasileiras. APARTE-Inclusão Social em Debate, Rio de Janeiro, p. 1-15, 2009. Disponível em: http://www.ie.ufrj.br/aparte/pdfs/insercao_social_e_exclusao_politica_das_mulheres_jul09.pdf. Acesso em: 22 ago. 2015.

ANDRADE, T. Mulheres no mercado de trabalho: onde nasce a desigualdade? Brasília: Câmara dos Deputados, 2016. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/a-camara/documentos-e-pesquisa/estudos-e-notas-tecnicas/areas-da-conle/tema7/2016_12416_mulheres-no-mercado-de-trabalho_tania-andrade. Acesso em: 25 jan. 2018.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Decreto-Lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm. Acesso em: 15 jun. 2014.

BRASIL. Ministério de Estado do Trabalho. Portaria nº 3.296, de 03 de Setembro de 1986. Autoriza as empresas e empregadoras a adotar o sistema de Reembolso-Creche, em substituição à exigência contida no § 1º do art. 389 da CLT. Disponível em: http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1174722.pdf. Acesso em: 15 jun. 2014.

CAVALCANTI, N. C. S. B., BAÍA, D. C. P. Ser mãe no mundo do trabalho: notas sobre os desafios da reinserção de mulheres no mercado de trabalho após a experiência de maternidade. In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL FAZENDO GÊNERO, 11., 2017, Florianópolis; WOMEN’S WORLDS CONGRESS, 13., 2017, Florianópolis. 2017. Anais eletrônicos... Florianópolis: UFSC, 2017. Disponível em: http://www.en.wwc2017.eventos.dype.com.br/resources/anais/1499457316_ARQUIVO_Sermaenomundodotrabalho.pdf. Acesso em: 20 dez. 2017.

CHARRAZ, A. S. P. Conciliação entre o trabalho e a família: identificação das práticas organizacionais vigentes e contributos para a implementação de novas práticas de conciliação. 2017. Dissertação (Mestrado em Psicologia)__Escola de Ciências Sociais - Universidade de Évora, Évora, 2017. Disponível em https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/20913/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20vers%C3%A3o%20SAC_Ana%20Charraz.pdf. Acesso em: 15 maio 2018.

CODO, W. Por uma Psicologia de Trabalho: um diagnóstico do trabalho em busca do prazer. São Paulo: Casa Psi, 2006.

FABBRO, M. R. C.; HELOANI, J. R. M. Mulher, maternidade e trabalho acadêmico. Investigación y Educación en Enfermería, Medellín, v. 28, n. 2, p. 176-186, jul. 2010. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-53072010000200004. Acesso em: 18 ago. 2015.

GUIMARÃES, J. R. S. (Org.). Perfil do trabalho decente no Brasil: um olhar sobre as unidades da Federação durante a segunda metade da década de 2000. Brasilia: OIT, 2012.

GODOY, M. B. et al. Situação trabalhista da mulher no ciclo grávido-puerperal. Investigación y Educación en Enfermería, Medellín, v. 29, n. 1, p. 47-53, mar. 2011. Disponível em: http://www.scielo.org.co/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0120-53072011000100006&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Acesso em: 20 ago. 2015.

HARRIS, B. Careers, conflict, and children: the legacy of the cult of domesticity. In: ROLAND, A.; HARRIS, B. (Ed.). Career and motherhood: struggles for a new identity. Nova York: Human Sciences Press, 1979. p. 55-86.

HOFFNUNG, M. What’s mother to do? Conversations on work and family. Pasadena, Cal: Trilogy Books, 1992.

HOFFNUNG, M. Motherwood: contemporary conflict for women. In: FREEMAN, Jo (Ed.). Women: a feminist perspective. Mountain View, Cal: Mayfield, 1995. p. 83-110.

JABLONSKI, B. A divisão de tarefas domésticas entre homens e mulheres no cotidiano do casamento. Psicologia: Ciência e Profissão, Brasília, v. 30, n. 2, p. 262- 275, 2010. doi: 10.1590/S1414-98932010000200004

JABLONSKI, B. Afinal, o que quer um casal? Algumas considerações sobre o casamento e a separação na classe média carioca. In. FÉRES-CARNEIRO, T. (Ed.). Família e casal: arranjos e demandas contemporâneas. Rio de Janeiro: Loyolla, 2003. p. 141-168.

JIMENEZ, A. L. et al. Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis em mulheres: associação com variáveis sócio-econômicas e demográficas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 1, p. 55-62, jan./fev. 2001. doi: 10.1590/S0102-311X2001000100005

KRAUSE, L. I. Mulher, trabalho e maternidade: demandas no retorno da licença-maternidade. 2017. Dissertação (Mestrado Profissional em Saude da Mulher, Crianca e Adolescente)__Universidade Católica de Pelotas, Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento, Pelotas, 2017. Disponível em: http://tede.ucpel.edu.br:8080/jspui/handle/tede/635. Acesso em: 22 ago. 2015.

LINDO, M. R. et al. Vida pessoal e vida profissional: os desafios de equilíbrio para mulheres empreendedoras do Rio de Janeiro. RAC-Eletrônica, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, p. 2-15, jan./abr. 2007. Disponível em: http://www.anpad.org.br/periodicos/arq_pdf/a_621.pdf. Acesso em: 25 ago. 2015.

NASCIMENTO, G. A. F.; VILLAS BÔAS, R. V. Proteção da mulher: direito individual e social à igualdade de condições no mercado de trabalho e ao direito à maternidade. Conpendi Law Review, v. 1, n. 6 (III Encontro de Internacionalização do CONPENDI - Madrid), p. 156-172, 2015. Disponível em: http://www.indexlaw.org/index.php/conpedireview/article/view/3459/2972. Acesso em: 28 jul. 2015.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. BRASIL. Igualdade de gênero e raça no trabalho: avanços e desafios. Brasília: OIT, 2010,

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Mulheres no Trabalho: tendências 2016. Genebra: OIT, 2016.

RAPOPORT, A; PICCININI, C. A. Apoio social e experiência da maternidade. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 85-96, 2006. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12822006000100009. Acesso em: 30 jul. 2015.

RODRIGUES, C. SAPUCAIA, M. Proteção à maternidade: uma reflexão sobre apaziguamento e sedimentação das desigualdades entre homens e mulheres. Revista da ABET, Curitiba, v. 15, n. 1, p. 22-32, jan./jun. 2016. Disponível em: http://www.periodicos.ufpb.br/index.php/abet/article/view/31257/16335. Acesso em: 15 jul. 2015.

ROCHA-COUTINHO. Dos contos de fadas aos super-heróis: mulheres e homens brasileiros reconfiguram identidades. Psicologia Clínica, v. 12, n. 2, p. 65-82, 2001.

ROCHA-COUTINHO. Quando o executivo é uma “dama”: a mulher, a carreira e as relações familiares. In: FÉRES-CARNEIRO, T. (Org.). Família e casal: arranjos e demandas contemporâneas. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2003a. p. 57-77.

ROCHA-COUTINHO. Divididas e multiplicadas: a maternidade para mulheres executivas cariocas. In: D’ÁVILA NETO, M. I.; PEDRO, R. (Org.). Tecendo o desenvolvimento: saberes, gênero, ecologia social. Rio de Janeiro: Mauad/Bapera, 2003b. p.107-125.

ROCHA-COUTINHO, M. L. Variações sobre um antigo tema: maternidade para mulheres. In: FÉRES-CARNEIRO, T. (Org.). Família e casal: efeitos da contemporaneidade. Rio de Janeiro: PUC, 2005. p. 122-137.

SANTOS, C. A. Significado do trabalho e conduta ético-profissional: um estudo de caso na Polícia Militar baiana. 2006. 146 f. Dissertação (Mestrado)__Núcleo de Pós-Graduação em Administração – NPGA, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2006.

SCHLICKMANN, D. B. Mulher, trabalho e maternidade: como fica a carreira após a chegada dos filhos? Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia)__Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, 2010.

SPINDOLA, T.; SANTOS, R. Trabalho versus vida em família: conflito e culpa no cotidiano das trabalhadoras de enfermagem. Cienc. enferm., Concepción, v. 10, n. 2, p. 43-52, dez. 2004. doi: 10.4067/S0717-95532004000200006

VANALLI, A. C. G.; BARHAM, E. J. Após a licença-maternidade: a percepção de professoras sobre a divisão das demandas familiares. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 24, n. 1, p. 130-138, jan./abr. 2012. doi: 10.1590/S0102-71822012000100015

VINHAS, A. P. B. L. Mitos da maternidade: um estudo a partir do olhar sistêmico. 2009, 40 f. Monografia (Especialização em Teoria Relacional Sistêmica). Familiare Instituto Sistêmico, Florianópolis, 2009.

WINNICOTT, D. Preocupação materna primária. In: ______. Textos selecionados: da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978. p. 491-498.

Downloads

Publicado

2018-07-19

Como Citar

GARCIA, C. F.; VIECILI, J. Implicações do retorno ao trabalho após licença-maternidade na rotina e no trabalho da mulher. Fractal: Revista de Psicologia, v. 30, n. 2, p. 271-280, 19 jul. 2018.