O desafio conceitual do trabalho doméstico à psicologia do trabalho
DOI:
https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5874Palabras clave:
psicologia do trabalho, trabalho doméstico, trabalho reprodutivo, empregadas domésticasResumen
Discute-se, neste artigo, o patrimônio conceitual da Psicologia do Trabalho à análise do trabalho reprodutivo (doméstico). Através dos conceitos da Psicodinâmica do Trabalho, da Ergonomia e da Teoria da Divisão Sexual do Trabalho, evidencia-se a realização de um trabalho com prescrições informais, imprecisas, subentendidas e com enorme variabilidade. O trabalho é mobilizado por uma inteligência da prática, pelo uso dos saberes e sagacidades do corpo no cumprimento das tarefas designadas diariamente às empregadas domésticas. Ressalta-se, aqui, a premência da sistematização e da normatização das condições de trabalho, especialmente sobre os níveis de riscos e instrumental de trabalho e de proteção.
Descargas
Citas
ARAÚJO, C.; SCALON, C. Gênero e a distância entre a intenção e o gesto. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 21, n. 62, p. 46-163, 2006.
ATHAYDE, M. R. C. Gestão de coletivos de trabalho e modernidade: questões para a engenharia de produção. 1996. Tese (Doutorado)–Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1996.
ÁVILA, M. B de M. O tempo do trabalho das empregadas domésticas: tensões entre dominação/exploração e resistência. Recife: UFPE, 2009.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8213cons.htm. Acesso em: 26 maio 2017.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Emenda Constitucional nº 72, de 2 de abril de 2013. Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais. 2013. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc72.htm. Acesso em: 26 maio 2017.
BRITO, J. Trabalho prescrito e trabalho real (verbetes). In: GLINA, D. M. R.; ROCHA, L. E. (Org.). Dicionário da educação profissional em saúde. Rio de Janeiro: EPSJV, 2006. p. 282-294.
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. Rio de Janeiro: Forense, 1995.
DARSES, F.; MONTMOLLIN, M. L’ergonomie. Paris: La Découverte, 2006.
DEJOURS, C. A Loucura do trabalho: estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez/Oboré, 1991.
DEJOURS, C. Por um trabalho, fator de equilíbrio. Revista de Administração de Empresas, v. 33, n. 3, p. 98-104, 1993a
DEJOURS, C. Inteligência operária e organização do trabalho: a propósito do modelo japonês. In: HIRATA, H. (Org.). Sobre o modelo Japonês. São Paulo: EDUSP, 1993b. p. 281-309.
DEJOURS, C. A banalização da injustiça social. Rio de Janeiro: FGV, 1999.
DEJOURS, C. Trabalho vivo: sexualidade e saúde. Brasília: Paralelo 15, 2012a. t. 1.
DEJOURS, C. Trabalho vivo: trabalho e emancipação. Brasília: Paralelo 15, 2012b. t. 2.
DEJOURS, C., ABDOUCHELI, E. Itinerário teórico em psicopatologia do trabalho. In: DEJOURS, C. et al. (Org.). Psicodinâmica do trabalho: contribuições da escola dejouriana à análise relação prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. p. 119-145.
DELGADO, M. G.; DELGADO, G. N. O novo manual do trabalho doméstico. São Paulo: LTr, 2016.
DELPHY, C. Teoria do patriarcado. In: HIRATA, H. et al. (Org.). Dicionário crítico do feminismo. São Paulo: Unesp, 2011. p. 173-178.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. O emprego doméstico no Brasil. Estudos e Pesquisas, n. 68, p. 1-27, ago. 2013. Disponível em: https://www.dieese.org.br/estudosetorial/2013/estPesq68empregoDomestico.pdf. Acesso em: 17 maio 2013.
DEPARTAMENTO INTERSINDICAL DE ESTATÍSTICA E ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS. Trabalho Doméstico Remunerado. Síntese de resultados apurados em 2017. abr. 2018. Disponível em: https://www.dieese.org.br/analiseped/2018/2018empreDomSINTMET.html. Acesso em: 24 ago. 2018.
FERREIRA, S. L. N. G. Sobre o afeto e o direito: o impacto da “Lei das Domésticas” nas práticas cotidianas do trabalho doméstico de patroas e empregadas. 2016. Dissertação (Mestrado)–Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016.
FLEURY, A. Produtividade e organização do trabalho na indústria. RAE, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 19-28, jul./set. 1980. doi: 10.1590/S0034-75901980000300002
FUNDAÇÃO PROCON-SP. Orientação de Consumo. Domissanitários. [2016]. Disponível em http://www.procon.sp.gov.br/texto.asp?id=412. Acesso: 21 jun. 2018.
GOLLAC, M.; VOLKOF, S. Les conditions de travail. Paris: la Découverte, 2000.
HIRATA, H. Travail domestique et servitude volontaire. In: DUNEZAT, X. et al. Travail et rapports sociaux de sexe: recontre autour de Danièle Kergoat. Paris: L’Harmattan, 2010. p. 97-102.
HUGHES, E. Le drame social du travail. Actes de la recherche en sciences sociales: les nouvelles formes de domination dans le travail (2), v. 115, p. 94-99, 1996. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/arss_0335-5322_1996_num_115_1_3207. Acesso em: 4 ago. 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: PNAD 2007. 2007. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2007/graficos_pdf.pdf. Acesso em: 4 ago. 2007.
IRIAT, J. et al. Representações do trabalho informal e dos riscos à saúde entre trabalhadoras domésticas e trabalhadores da construção civil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, p. 165-174, 2008.
KERGOAT, D. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: EMÍLIO, M.; TEIXEIRA, M.; NOBRE, M. (Org.). Trabalho e cidadania ativa para as mulheres: desafios para as políticas públicas. São Paulo: Coordenadoria da Mulher, 2003. p. 55-63.
LHUILIER, D. Introdução à psicossociologia do trabalho. Cad. Psicol. Soc. Trab., São Paulo, v. 17, n. 1, p. 5-19, 2014.
PEREIRA, V. A. A nova lei das domésticas e a “saudade” dos velhos tempos: contribuições antropológicas sobre o trabalho doméstico em Recife e em Porto Alegre. 2017. Tese (Doutorado)–Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017.
SANTANA, V. et al. Emprego em serviços domésticos e acidentes de trabalho não fatais. Revista de Saúde Pública, v. 37, p. 65-74, 2003.
SARAIVA, A. Trabalho doméstico reduz desocupação, mas reforça informalidade. Agência IBGE Notícias, 30 nov. 2017. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/18435-trabalho-domestico-reduz-desocupacao-mas-reforca-informalidade.html. Acesso em: 21 jun. 2018.
TEIGER, C. L’approche ergonomique: du travail humain à l’activité des hommes et des femmes au travail. Education Permanente, v. 116, p. 71-96, 1993.
TELLES, A. L.; ALVAREZ, D. Interfaces ergonomia-ergologia: uma discussão sobre trabalho prescrito e normas antecedentes. In: FIGUEIREDO, M. et al. Labirintos do Trabalho: interrogações e olhares sobre o trabalho vivo. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. p. 63-90.
##submission.downloads##
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Na medida do possível segundo a lei, a Fractal: Revista de Psicologia renunciou a todos os direitos autorais e direitos conexos às Listas de referência em artigos de pesquisa. Este trabalho é publicado em: Brasil.
To the extent possible under law, Fractal: Revista de Psicologia has waived all copyright and related or neighboring rights to Reference lists in research articles. This work is published from: Brasil.