Gênero, violência e saúde mental: relato de experiência no sertão pernambucano
DOI:
https://doi.org/10.22409/1984-0292/2024/v36/10119Parole chiave:
violência, mulheres, grupo de apoio, saúde mentalAbstract
Este artigo apresenta a experiência de um grupo com mulheres realizada num serviço de saúde mental localizado no sertão pernambucano. Através dos atendimentos psicológicos, percebeu-se o grande número de mulheres que relatavam histórico de violência familiar como antecedente do sofrimento mental. As violências relatadas são de diversos tipos, cometidas por vários atores, e tem como consequência os transtornos mentais que acometem essas mulheres, que por suas especificidades sociofamiliares, muitas vezes continuam no ciclo de violência. O grupo teve como objetivo discutir questões de gênero, violência, direitos humanos e saúde. Os encontros aconteceram uma vez por mês, durante o ano de 2015, com uma média de seis participantes por reunião. Como resultados, menciona-se o fortalecimento dos vínculos familiares e a ressignificação dos sintomas. Acredita-se ser importante ampliar as ações, realizando experiências com grupos específicos como o apresentado, posto que medicar o sofrimento psíquico não trará resultados eficazes na quebra do ciclo de violência.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. Nordestino: uma invenção do falo – uma história do gênero masculino (Nordeste – 1920/1940). Maceió: Catavento, 2003.
ÂNGULO-TUESTA, Antonia de Jesús. Gênero e violência no âmbito doméstico: a perspectiva dos profissionais de saúde. 1997. 151f. Dissertação (Mestrado) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo cruz, Rio de Janeiro, 1997.
BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria GM/MS nº 336, de 19 de fevereiro de 2002. Dispõe sobre as diretrizes de organização dos CAPS para atendimento público em saúde mental. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html. Acesso em: 14 maio 2020.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Cria mecanismo para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, DF: Diário Oficial da União, seção 1, 2006. p. 1-4.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher. Brasília, DF: MS, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes do NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Brasília, DF: MS, 2010.
BRASIL. Presidência da república. Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres. Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. Brasília, DF: 2011. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/hp/acervo/outras-referencias/copy2_of_entenda-a-violencia/pdfs/rede-de-enfrentamento-a-violencia-contra-as-mulheres. Acesso em: 19 abr. 2020.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
CELMER, Elisa Girotti. Violências contra a mulher baseada no gênero, ou a tentativa de nomear o inominável. In: ALMEIDA, Maria da Graça Blaya (Org.). A violência na sociedade contemporânea. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2010. p. 72-88.
CHAVES, Léo Ramos. Faces da violência doméstica. Pesquisa FAPESP, edição 277, mar. 2019. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/faces-da-violencia-domestica/. Acesso em: 22 abr. 2023.
CUNHA, Euclides. Os sertões. 4. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2009.
D’OLIVEIRA, Ana Flávia Pires Lucas. Violência de gênero, necessidades de saúde e uso de serviços em atenção primária. 2000. 277 f. Tese (Doutorado em Medicina Preventiva) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.
GRACIA, Diego. Pensar a bioética: metas e desafios. São Paulo: Centro Universitário São Camilo/Loyola, 2010.
IPEA. Atlas da Violência 2019. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/19/atlas-da-violencia-2019. Acesso em: 22 abr. 2023.
LAURETIS, Teresa de. A tecnologia do gênero. Trad. Suzana Funck. In: HOLANDA, Heloísa Buarque de (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 206-242.
LIRA, Kalline Flávia Silva de. Violência doméstica contra as mulheres: relações de gênero e de poder no Sertão Pernambucano. 2015. 179 f. Dissertação (Mestrado em Direitos Humanos) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.
MINAYO, Maria Cecília de Souza; SOUZA, Edinilsa Ramos de. Violência e saúde como um campo interdisciplinar e de ação coletiva. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 4, n. 3, p. 513-531, fev. 1998. https://doi.org/10.1590/S0104-59701997000300006
MOZZAMBANI, Adriana Cristine Fonseca et al. Gravidade psicopatológica em mulheres vítimas de violência doméstica. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 43-47, 2011. https://doi.org/10.1590/S0101-81082011005000007
OPAS. Estratégia e plano de ação para o reforço do sistema de saúde para abordar a violência contra a mulher. Washington, EUA: OPAS, 2015. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/28349/CD54-9-p.pdf?sequence=5&isAllowed=y. Acesso em: 22 abr. 2023.
OPAS. Devastadoramente generalizada: 1 em cada 3 mulheres em todo o mundo sofre violência. Washington, EUA: OPAS, 2021. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/9-3-2021-devastadoramente-generalizada-1-em-cada-3-mulheres-em-todo-mundo-sofre-violencia. Acesso em: 22 abr. 2023.
SCHRAIBER, Lilia Blima; D’OLIVEIRA, Ana Flávia. O que devem saber os profissionais de saúde para promover os direitos e a saúde das mulheres em situação de violência doméstica. 2. ed. São Paulo: USP, Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde/ Fundação Ford/CREMESP, 2003.
SUÁREZ, Mireya; BANDEIRA, Lourdes. A politização da violência contra a mulher e o fortalecimento da cidadania. In: BRUSCHINI, Cristina; UNBEHAUM, Sandra G. (Org.). Gênero, democracia e sociedade brasileira. São Paulo: Fundação Carlos Chagas/Editora 34, 2002, p. 295-320.
WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2015: homicídio de mulheres no Brasil. Brasília: Flacso, Instituto Sangari, 2015.
ZANELLO, Valeska. A saúde mental sob o viés do gênero: uma releitura gendrada da epidemiologia, da semiologia e da interpretação diagnóstica. In: ZANELLO, Valeska; ANDRADE, Ana Paula Müller (Org.). Saúde mental e gênero: diálogos, práticas e interdisciplinaridade. Curitiba: Appris, 2014. p. 41-58.
ZANELLO, Valeska; BUKOWITZ, Bruna. Loucura e cultura: uma escuta das relações de gênero nas falas de pacientes psiquiatrizados. Revista Labrys Estudos Feministas [online], Florianópolis, v. 20, jul./dez. 2011. Disponível em: http://www.labrys.net.br/labrys20/brasil/valeska.htm. Acesso em: 9 dez. 2017.
ZANELLO, Valeska; ROMERO, Ana Carolina. “Vagabundo” ou “vagabunda”? Xingamentos e relações de gênero. Revista Labrys Estudos Feministas [online], Florianópolis, v. 22, jul./dez. 2012. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys22/libre/valeskapt.htm. Acesso em: 9 dez. 2017.
ZANELLO, Valeska; SILVA, Renê Marc Costa. Saúde mental, gênero e violência estrutural. Revista Bioética, Brasília, v. 20, n. 2, p. 267-279, 2012.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2024 Fractal: Revista de Psicologia
TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Na medida do possível segundo a lei, a Fractal: Revista de Psicologia renunciou a todos os direitos autorais e direitos conexos às Listas de referência em artigos de pesquisa. Este trabalho é publicado em: Brasil.
To the extent possible under law, Fractal: Revista de Psicologia has waived all copyright and related or neighboring rights to Reference lists in research articles. This work is published from: Brasil.