Ideologias, utopias, distopias, “entopias”: movimentos contra-hegemônicos na relação natureza-cultura

Autori

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v31i_esp/29009

Parole chiave:

ideologia, utopia, distopia, entopia, natureza-cultura

Abstract

Neste artigo tomamos os conceitos de ideologia e utopia a partir de Paul Ricoeur, de distopia a partir de François Ost e apresentamos o conceito de entopia, a fim de resgatar uma dimensão de factibilidade, ausente nos dois primeiros e distorcida no terceiro, presente em uma nova forma de compreender a relação natureza-cultura. Para tanto, dentro de um contexto de abertura cognitiva para o mundo empírico, usamos como base um caso paradigmático cuja interpretação contemplou tais conceitos e alguns de seus usos. Trata-se da trajetória da família de Leonel Siqueira da Silva  que, ao longo de vinte e cinco anos, reivindicou o direito de permanecer no Morro das Andorinhas, região oceânica da cidade de Niterói/RJ. O acompanhamento das controvérsias conduziu a construção do conceito de entopia, que convida a nos reencantarmos com o mundo, tornar lugares habitáveis permanentemente, acoplar, harmonizar as representações locais, as formas culturais vividas, com novos regramentos do tempo, do espaço e do direito.

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Biografie autore

Ronaldo Joaquim da Silveira Lobão, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1997), mestre em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense (2000), doutor em Antropologia pela Universidade de Brasília (2006) e pós-doutor pelo Núcleo de Estudos Comparados da Amazônia e do Caribe da UFRR (2015). Professor do Departamento de Direito Público da Faculdade de Direito e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito PPGSD, integra o Instituto de Estudos Comparados sobre Administração de Conflitos (INCT-InEAC) da Universidade Federal Fluminense. Meus interesses estão voltados para a interface entre o Direito e Sociedade, em objetos vinculados à justiça socioambiental, à construção legal de identidades, à administração alternativa de conflitos, à jusdiversidade e à interlegalidade em contextos pós-coloniais.

Tatiana Calandrino Maranhão, Centro Universitário Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ / INCT-InEAC/UFF, Niterói, RJ

Doutora em Antropologia pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia na Universidade Federal Fluminense - PPGA/UFF (2018). Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais - PPGSD/UFF (2012) e bacharel em Direito, também na Universidade Federal Fluminense (2007). É pesquisadora do Núcleo de Pesquisa sobre Práticas e Instituições Jurídicas - NUPIJ, integrante do Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos - InEAC. Desde 2014, atua como professora no Centro Universitário Serra dos Órgãos - Unifeso. Suas pesquisas estão fundadas na interface entre o Direito e as Ciências Sociais, abordando especialmente conflitos socioambientais.

Allan Sinclair Haynes de Menezes, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ

Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais pelo PPGSD-UFF como bolsista do projeto Capes Ciências do Mar. Bacharel em Direito pela Universidade Federal Fluminense. Atualmente é doutorando pelo PPGSD - UFF. Pesquisador na área de conflitos socioambientais com trabalhos em Direito & Antropologia. É pesquisador no Núcleo de Pesquisa sobre Práticas e Instituições Jurídicas (NUPIJ-UFF) vinculado ao Instituto Comparado em Administração Institucional de conflitos (InEAC) e doNúcleo de Ensino Pesquisa e Extensão em Administração Institucional de Conflitos. (NEPEAC)

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Pubblicato

2019-09-04

Come citare

LOBÃO, R. J. DA S.; MARANHÃO, T. C.; MENEZES, A. S. H. DE. Ideologias, utopias, distopias, “entopias”: movimentos contra-hegemônicos na relação natureza-cultura. Fractal: Revista de Psicologia, v. 31, p. 263-268, 4 set. 2019.

Fascicolo

Sezione

Dossiê Psicologia e Epistemologias contra-hegemônicas