Pensamento descolonial e povos originários
o multiculturalismo e a interculturalidade na construção de uma educação escolar indígena
Parole chiave:
Pensamento descolonial, Multiculturalismo, Educação escolar indígena.Abstract
O objetivo deste artigo é discutir o pensamento descolonial como estratégia para o reconhecimento do multiculturalismo em valorizar a ancestralidade do conhecimento dos povos originários e a interculturalidade na educação escolar indígena. Parte-se do pressuposto que o multiculturalismo permite compreender a cosmovisão indígena para o ensino bilíngue. A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa através da revisão bibliográfica e documental. A narrativa sustentada pelo discurso antropocêntrico e etnocêntrico permite se distanciar das experiências e vivências da vida cotidiana e das práticas sociais e culturais para preservar a cosmovisão indígena de mundo e a ancestralidade do conhecimento de grupos etnoculturais diferentes que compõem a sociedade brasileira contemporânea. Observa-se o fortalecimento da identidade dos povos originários, a fim de transgredir o conhecimento ancestral para superar a colonização do pensamento na política educacional do Brasil, principalmente sobre a educação escolar indígena. Portanto, superar os pressupostos da colonização do pensamento enraizado por meio de uma visão antropocêntrica e etnocêntrica promove uma educação escolar indígena baseando-se na interculturalidade preconizada na epistemologia do pensamento descolonial, reconhecendo o multiculturalismo e o protagonismo das identidades étnicas e culturais entre povos originários e comunidades tradicionais.
Downloads
Riferimenti bibliografici
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Identidades Étnicas e Culturais: novas perspectivas para a história indígena". In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (org.). Ensino de História: conceitos, temáticas e metodologia. 2 ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009
AZEVEDO, Marta Maria. Diagnóstico da população indígena no Brasil. Ciência e Cultura, v. 60, n. 4, 2008, p. 19 – 22.
BANIWA, Gersem. Educação escolar indígena. In: ______. Educação escolar indígena no século XXI: encantos e desencantos. Rio de Janeiro: Mórula, Laced, 2019. p. 31 - 44.
BERTAGNA, Camila. A Lei 11645/2008 e a abordagem da temática indígena na escola - estudo de caso: a ação das equipes multidisciplinares em escolas do NRE de Maringá. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA, Florianópolis, 28. Lugares dos historiadores: velhos e novos desafios. Florianópolis: ANPUH, 2015.
BESSA FREIRE, José Ribamar. Cinco ideias equivocadas sobre os índios. Revista Ensaios e Pesquisa em Educação, v. 01, n. 2, p. 3-23, 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, 1988.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Brasília: MEC, 1996.
BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Brasília: MEC, 2008.
BRASIL. Decreto Presidencial nº. 6.861 de 27 de maio de 2009. Dispõe sobre a Educação Escolar Indígena, define sua organização em Territórios Etnoeducacionais e dá outras providências. Brasília, 2009.
BRASIL. Fundação Nacional do Índio. Decreto nº 7.778, de 27 de julho de 2012. Dispõe sobre o Estatuto do Indígena. Brasília, 2012.
BRASIL. Fundação Nacional do Índio - FUNAI. Portaria nº 1.733/Pres, de 27 de dezembro de 2012. Dispõe sobre o Regimento Interno do indígena. Brasília, 2012.
BRASIL. Fundação Nacional do Índio - FUNAI. Modelo de Gestão. Portaria nº 1.746/pres, de 28 de dezembro de 2012. Dispõe sobre o Modelo de Gestão das populações indígenas. Brasília, 2012.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Índios na Constituição. Novos Estudos, v. 37, n. 3, p. 429-443, 2018.
FAUSTINO, Rosangela Célia. Política educacional nos anos de 1990: o multiculturalismo e a interculturalidade na educação escolar indígena. 2006. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis (SC), 2006.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2019.
LEITE, Lúcia Helena Alvarez. Com um pé na aldeia e um pé no mundo: avanços, dificuldades e desafios na construção das escolas indígenas públicas e diferenciadas no Brasil. Currículo sem Fronteiras, v. 10, n. 1, p. 195-212, jan./jun. 2010.
MARGUTTI, Paulo. Filosofia brasileira e pensamento descolonial. Sapere Aude, Belo Horizonte (MG), v. 9, n. 18, p. 223 – 239, jul/dez. 2018.
OLIVEIRA, João Pacheco de; FREIRE, Carlos Augusto da Rocha. A presença indígena na formação do Brasil. Brasília: MEC/Secad; Rio de Janeiro: Museu Nacional/UFRJ, 2006.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder: eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais: perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 117 – 142.
SILVA, Maria Alda Tranquilo da. Saberes docentes constituídos na Prática Pedagógica de Professores da EJA indígena Potiguara na Baía da Traição – PB. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2017.
SANTOS, Pedro Lôbo dos; SILVA, Eduardo Dias da. A educação escolar indígena como fortalecimento da identidade cultural dos potiguara da paraíba/brasil – considerações iniciais. Trabalho em Linguística Aplicada, Campinas (SP), v. 1, n. 60, p. 105-113, jan./abr. 2021.
WALSH, Catherine. Interculturalidad Crítica/Pedagogia decolonial. In: Memórias Del Seminário Internacional “Diversidad, Interculturalidad y Construcción de Ciudad”, Bogotá: Universidad Pedagógica Nacional 17-19 de abril de 2007.
YANOMAMI, Davi Kopenawa. “Descobrindo os Brancos”. Depoimento recolhido e traduzido por Bruce Albert, na maloca Watoriki, setembro/1998.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2024 Julio César Mascoto de Souza

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1.Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2.Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3.Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.