Saúde mental tecida com afetos, mãos e ouvidos
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v13i25.57030Palavras-chave:
Saúde mental, Arte, Integralidade em Saúde, Educação, serviços de saúde mental, transtornos mentaisResumo
A arteterapia é um modo de intervenção que se utiliza de expressões artísticas, que podem ser diversas, como método para atingir um objetivo terapêutico e, o telemonitoramento, um recurso significativo para a continuidade da assistência em saúde, especialmente em tempos de distanciamento social. Nessa perspectiva, apresenta-se um estudo descritivo a partir da experiência de uma discente de Medicina. O projeto de extensão desenvolvido tem como objetivos fortalecer a relação entre arte e saúde, promover a vinculação entre discente, usuários e equipe de saúde, bem como a valorização do sensível através do diálogo e da arte. Com essa finalidade, foram semanalmente acompanhadas oficinas de desenho e, posteriormente, conduzidas oficinas de mandalas com usuários de um Centro de Atenção Psicossocial II do interior da Bahia, bem como realizados telemonitoramentos contínuos de usuários prioritários que poderiam se beneficiar de uma escuta sensível, periódica e contínua. Embora o objetivo das oficinas de arteterapia não seja o produto material em si, mas sim o processo, a satisfação dos participantes ao se reconhecerem capazes de construir algo e ver beleza nele era notória e, para alguns, catalisadora para iniciarem outros projetos em suas vidas. A construção de um espaço seguro de trocas, nas oficinas e nas ligações, permitiu partilhas que talvez encontrassem mais dificuldade e/ou não encontrassem espaço para serem abordadas em outros contextos, inclusive terapêuticos. Com o grupo foram estabelecidas relações de confiança, vínculo e afeto, apesar do desafio da adesão. A experiência evidenciou que a arte, a escuta ativa, a atenção continuada, contribuem não somente para o cuidado em saúde mental, como também para a formação de futuros profissionais da saúde qualificados e comprometidos com necessidades individuais e coletivas dos usuários dos serviços de saúde.
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