"O nordeste que você não viu"
notas sobre Hip Hop e identidades em meio a antinegritude da Capital Afro
DOI:
https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v15i28.65546Palavras-chave:
Hip Hop, Axé-music, Antinegritude, Identidade, BaianidadeResumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre quais foram as implicações da consolidação do axé-music enquanto cultura juvenil e música baiana hegemônica em relação ao Hip Hop. Tendo em vista que o axé e o Hip Hop emergem na cidade de Salvador no mesmo período, investigamos, por meio de trabalho de campo com observação participante e entrevistas semi-estruturadas, as implicações e imbricamentos dos dois movimentos na construção de identidades negras na juventude nos anos 1990. Apesar da primeira geração Hip Hopper ter buscado se afastar de referências locais como religião de matriz africana, indumentárias e música percussiva, que caracterizavam também o axé, após a primeira década dos anos 2000 os rappers adotaram outro posicionamento, trazendo para o centro de seus trabalhos o cotidiano soteropolitano.
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