“Meu filho, minhas regras”: o caso do Escola sem Partido em Belo Horizonte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v11i20.45789

Palavras-chave:

Escola sem Partido, Marxismo cultural, Guerras Culturais

Resumo

No ano de 2019, o município de Belo Horizonte tornou-se a primeira capital brasileira a aprovar um projeto de lei baseado no movimento Escola sem Partido (ESP). Este artigo analisa em detalhe o processo desde a apresentação do projeto de lei, em 2017, até sua aprovação em primeiro turno, destacando os antagonismos performados na cena parlamentar. Sondamos os vínculos do ESP com a tese do “marxismo cultural” e sua transformação em ativo político no Brasil recente, analisando como grupos conservadores têm acionado novas concepções de sujeitos de direitos fundamentais. Metodologicamente, o trabalho se apoia nas ferramentas da análise de controvérsias públicas.

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Biografia do Autor

Leandro de Paula, Universidade Federal da Bahia

Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ (2016). Professor Adjunto da UFBA, no Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (IHAC), e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Pós-Cultura). Líder do grupo de pesquisa Cultura, Política, Lógicas Identitárias e Produtivas.

João Victor Iglesias, Universidade Federal da Bahia

Graduando do Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades da UFBA. Membro do grupo de pesquisa Cultura, Política, Lógicas Identitárias e Produtivas. Bolsista de iniciação científica no projeto de pesquisa “Das políticas às guerras culturais: controvérsias de uma luta para (re)definir o Brasil” (2019-2020).

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Publicado

2021-03-01

Como Citar

Paula, L. de, & Iglesias, J. V. (2021). “Meu filho, minhas regras”: o caso do Escola sem Partido em Belo Horizonte. PragMATIZES - Revista Latino-Americana De Estudos Em Cultura, 11(20), 136-161. https://doi.org/10.22409/pragmatizes.v11i20.45789

Edição

Seção

Dossiê 20: Tramas entre cultura e educação