Problemas atuais da sociologia política na Alemanha: uma entrevista com Maurizio Bach

Autores

  • Pedro Villas Bôas

DOI:

https://doi.org/10.22409/rep.v2i4.38595

Palavras-chave:

Maurizio Bach

Resumo

O professor Maurizio Bach, ocupante da cátedra de sociologia da Universidade de Passau, na Alemanha, ganhou notoriedade em diversas áreas da sociologia, a exemplo da sociologia política, sociologia europeia, teoria social e dos clássicos da sociologia. Autor de diversos livros, como A burocratização da Europa (1999), As lideranças de ditaduras carismáticas (1990), As sociedades nacionais europeias, Para além da ação racional: sobre a sociologia de Pareto (2004), Europa sem sociedade (2008) e Introdução à teoria da sociedade (2010), observa-se, entre seus interesses atuais, o esforço em analisar a dinâmica da catástrofe de Fukushima, cuja compreensão é empreendida à luz da sociologia do risco. Bach ministrou cursos nos Estados Unidos (Universidade de Michigan), na Itália (Universidades Sapienza e Trento), na Suíça (Universidade Zurique) e no Brasil (nas Universidades de Juiz de Fora, Universidade de São Paulo e Universidade Federal do Rio de Janeiro). Recentemente ofereceu um curso sobre o conceito de carisma de Max Weber no programa de pós-graduação em Sociologia e Antropologia da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ) e participou da III Jornada de Ciência Política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), na qual proferiu a palestra A atualidade de Max Weber comparada à de Jürgen Habermas e Niklas Luhmann. Seu trabalho mais recente, Fascismo como movimento e regime: uma comparação entre Alemanha e Itália, publicado em 2010, é um aporte aos estudos sobre o nazismo e fascismo. Redigido com Stephen Breuer, o livro apresenta uma abordagem sociológica das estruturas de dominação nazifascista mediante análise comparativa, cujo teor privilegia o instrumental conceitual elaborado pela sociologia de Max Weber. A entrevista trata de temas relativos à trajetória intelectual de sociólogos do pós-guerra, como é o caso do entrevistado, do papel da sociologia frente aos desafios suscitados pela integração na União Europeia e as dificuldades pelas quais passam sociedades complexas no que se refere às fontes energéticas imprescindíveis ao funcionamento das indústrias. É notável como a reflexão e investigações sociológicas de Bach possam ser dividas em dois grupos de questões: à primeira subjaz um conjunto de problemas impostos a uma geração de intelectuais europeus do pós-guerra, cujos esforços foram dedicados à compreensão de regimes ditatoriais do século XX e aos desafios do processo de democratização na Europa. A segunda contempla preocupações com problemas sociológicos observados à luz das crescentes crises e catástrofes que se relacionam com os níveis de contingências subjacentes as estruturas de decisões políticas relativas à organização e planejamento da economia. Ainda dentro desse segundo rol de questões, vale a notar a preocupação com a reflexão sobre o papel do sociólogo nos dias de hoje. Enfim, Bach sustenta posições interessantes frente às contingências que afetam a sociologia política.

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Publicado

2019-11-12

Edição

Seção

Entrevistas