Entrevista com Luiz Eduardo Soares, por Cesar Kiraly e Raphael Millet
DOI:
https://doi.org/10.22409/rep.v3i5.38616Palavras-chave:
Luiz Eduardo SoaresResumo
Sentamo-nos num tradicional restaurante de Copacabana, no Rio de Janeiro, cuja tradição de servir sanduiches com abacaxi é sempre lembrada nas madrugadas da cidade, sob efeitos verdadeiros de extensas filas. Mas o encontro que tivemos com Luiz Eduardo se deu de tarde, encontramos o Cervantes relativamente vazio. Ouve-se, na versão em vídeo, o burburinho do ambiente, uma voz televisiva distante. Mas não interferimos na atmosfera, ela estava toda lá. O registro foi feito em um discreto tablete informático, cujo microfone foi acidentalmente tapado em alguns momentos, resultado de alguma inexperiência. O acidente de alguma forma é alegórico do encontro, a todo momento podemos escutar as vozes, mesmo quando baixas. Trata-se da beleza do contato com o entrevistado, ele também é assim, acessível, generoso, mas em algum momento é importante aguçar os ouvidos em sua direção. A verdade simples é que foi uma experiência muito boa. Para mim que não fui aluno do Luiz Eduardo, e para o Raphael Millet, que, leitor antigo do professor, ainda não tinha tido a oportunidade de conversar de modo tão pessoal. E algo da especialidade da experiência poderá ser percebido por todos. Luiz Eduardo é uma máquina de pensar. Um homem que pensa o mundo, sua cidade, as instituições, nada desconhece, mas faz dos limites que coloca aos seus objetos aliados da emancipação que promove. Escuta sempre de rosto impassível, raramente antecipa o seu assentimento ao que lhe diz o interlocutor. Ela a guarda para o momento em que começa a falar, como também as suas divergências. Não há qualquer inibição ao Outro, mas sua recepção, e ao receber, inventa as dinâmicas de pensamento nas quais será recebido. A intenção era falar mais do livro, Justiça, como será percebido na primeira pergunta. Mas bastou Luiz Eduardo começar a falar que precisamos abandonar todas as nossas fichas, todas as nossas perguntas preparadas, e ouvi-lo e nos compor com os acidentes.Downloads
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