Teorias e práticas do poder como violência: reflexões a partir de Benjamin, Derrida e Agamben

Autores

  • Eduardo Moura Pereira Oliveira

DOI:

https://doi.org/10.22409/rep.v7i14.39818

Palavras-chave:

Poder, Lei, Justiça, Violência.

Resumo

O objetivo deste trabalho é apontar alguns problemas a respeito do poder como violência, a partir da ideia de Gewalt, presente no ensaio de Walter Benjamin Para uma crítica da violência (Zur Kritik der Gewalt). De caráter polissêmico, Gewalt pode significar “violência” ou “poder”, ponto que será explorado pelo autor no ensaio. Ao analisar certa tendência à monopolização do poder sobre o indivíduo, pelo direito moderno, Benjamin aponta para a polícia como uma expressão espectral, cuja atuação se localiza na indiscernível fronteira entre a Gewalt instauradora e a Gewalt mantenedora, de modo que suas ações estão sempre entre o poder e a violência, entre o legítimo e o ilegítimo. Possui, portanto, um papel dúbio, o que forma um nó de indiscernibilidade entre o que pode ser caracterizado como violência policial e o que é prerrogativa do poder da polícia. Os desdobramentos críticos da formulação benjaminiana aparecem pela leitura de Jacques Derrida, através, não da perspectiva de uma justiça divina, mas pelo conceito de diferença. No texto Prenome de Benjamin, Derrida irá explorar a crítica da Gewalt e a relação entre estado e direito, para revelar como a violência está inserida em um sistema institucional, não podendo ser dissociada do aparato governamental. Ao fazer uma análise das relações entre a violência e as esferas da justiça e da lei, a discussão teórica entre Benjamin e Derrida forma uma base de onde é possível entender o estado de exceção, presente em Agamben. Nesse sentido, trata-se aqui de três versões críticas do poder como violência, no sentido de instituir um problema do ponto de vista político. Em seguida, o olhar se volta para alguns episódios contemporâneos, capazes de depor a respeito das questões levantadas pelos autores. Dessa forma, cabe uma análise dos critérios de justiça à luz da crítica ao aparato jurídico feita por Benjamin, Derrida e Agamben

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Publicado

2019-12-10

Edição

Seção

Artigos