Para uma teoria crítica do eurocentrismo: história, colonialismo e o resto do mundo
DOI:
https://doi.org/10.22409/rep.v11i21.46518Palavras-chave:
Eurocentrismo, Colonialismo, Teoria Crítica, América Latina.Resumo
Esse artigo pretende desenvolver uma crítica ao eurocentrismo como representação hegemônica de mundo, precisando os termos de um debate já em curso nas Ciências Sociais. Enquadra o eurocentrismo como categoria histórica a partir da diferença colonial, tendo a América como espaço privilegiado de análise. Em sequência, propõe a crítica ao eurocentrismo como um feixe entre perspectiva, contraposição e desvelamento. Assim, as perspectivas sobre a modernidade desde suas margens, a contraposição à universalização da experiência europeia e o desvelamento de novas fronteiras de conhecimento e pesquisa, ao se conjugarem, permitiriam levar a denúncia corrente a um plano reconstrutivo. Ao invés de uma saída ecumênica (baseada no pluralismo multicultural) ou paroquialista (baseada no rechaço unilateral ao cânone), o artigo defende a crítica ao eurocentrismo como movimento criativo, aberto pelo conflito com um monólogo histórico instituído reflexivamente pelo colonizador.
Downloads
Referências
ABU LUGHOD, Janet (1989). Before European hegemony: the world-system AD 1250-1350. Nova Iorque/Oxford: Oxford University Press.
ADAS, Michael (1990). Machines as measure of men: science, technology, and ideologies of Western dominance. Ithaca/London: Cornell University Press.
AMIN, Samir (1989. Eurocentrismo: crítica de una ideología. México: Siglo XXI.
BALL, Terrence (2006). Must political theory be historical? Contributions, n. 2, vol. 1, pp. 07-18.
BEIGEL, Fernanda (2013). Centros y periferias en la circulación internacional del conocimiento. Nueva Sociedad, n. 245, pp. 110-123.
BHAMBRA, Gurminder (2014). Connected sociologies. London/New York: Bloomsbury Academic.
BHAMBRA, Gurminder (2007). Rethinking modernity: postcolonialism and the sociological imagination. Basingstoke/Nova Iorque: Palgrave Macmillan.
BLAUT, James (1993). The colonizer’s model of the world: geographical diffusionism and Eurocentric history. Nova York: The Guilford Press.
BRINGEL, Breno & DOMINGUES, José Maurício (2015). Teoria social, extroversão e autonomia: impasses e horizontes da sociologia (semi)periférica contemporânea. Cadernos CRH, vol. 28, n. 73, pp. 59-76.
CÉSAIRE, Aimé (1978). Discurso sobre o colonialismo. Lisboa: Sá da Costa Editora.
CHAKRABARTY, Dipesh (2000). Provincializing Europe: post-colonial thought and historical difference. Princeton: Princeton University Press.
CHANDRA, Uday (2013). The case for a postcolonial approach to the study of politics. New Political Science, n. 35, vol. 3, pp. 479-491.
CHATTERJEE, Partha (2011). Lineages of political society: studies in postcolonial democracy. Nova York: Columbia University Press.
CHATTERJEE, Partha (1993). The nation and its fragments: colonial and postcolonial histories. Princeton: Princeton University Press, 1993.
COMAROFF, Jean & COMAROFF, John (2013). Teoría desde el sur: o cómo los paises centrales evolucionan hacia África. Buenos Aires: Siglo Ventiuno Editores.
CONNELL, Raewyn (2012). A iminente revolução na teoria social. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 27, n. 80, pp. 9-20.
COOPER, Frederick (2005). Colonialism in question: theory, knowledge, history. Berkeley/Los Angeles: University of California Press.
DOMINGUES, José Maurício (2011). Vicissitudes e possibilidades da teoria crítica hoje. Sociologia & Antropologia, vol. 1, n. 1, 71-89.
DOMINGUES, José Maurício (1999). Criatividade social, subjetividade coletiva e a modernidade brasileira contemporânea. Rio de Janeiro: Contracapa.
DUSSEL, Enrique (1992). 1492, el encubrimiento del otro: hacia el mito de la modernidad. La Paz: UMSA/Plural Editores.
FEDERICI, Silvia (2004). Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. Coletivo Sycorax. Consultado online: http://coletivosycorax.org/livros-traduzidos/. Último acesso em 06/02/2019.
FERNANDES, Florestan (1976). A revolução burguesa no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar Editores.
FRASER, Nancy (1985). What is critical about critical theory? The case for Habermas and gender. New German Critique, N. 35 (Special Issue on Jurgen Habermas), pp. 97-131.
FUNES, Patricia (2006). Salvar la nación: intelectuales, cultura y política en los años veinte latinoamericanos. Buenos Aires: Prometeo Libros.
HALL, Stuart (1995). “The West and the rest: discourse and power”. Em HALL, Stuart & GIEBEN, Bram (orgs.) Formations of modernity. Cambridge: Polity Press, pp. 275-332.
JASMIN, Marcelo (2011). “As armadilhas da história universal”. Em NOVAES, Adauto (org.). Mutações: a invenção das crenças. São Paulo: SESC-SP, pp. 377-403.
KARL, Rebecca (1998). Creating Asia: China in the world at the beginning of the twentieth century. The American Historical Review, vol. 103, no. 4, pp. 1096-1118.
KNÖBL, Wolfgang (2015). Reconfigurações da teoria social após a hegemonia ocidental. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 30, n. 87, pp. 5-17.
LANDA, Diego de (1959 [1566]). Relacion de las cosas de Yucatán. México: Porrúa Editorial, .
LANDER, Edgardo (org.) (2005) A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO.
LECHNER, Norbert (2012). Obras completas: estado y derecho (vol. 1). México: Fondo de Cultura Económica/FLACSO México.
LOCKE, John (1994 [1689]). Segundo tratado sobre o governo civil; ensaio sobre a origem, os limites e os fins verdadeiros do governo civil. Petrópolis: Vozes.
MEEK, Ronald (1976). Social Science and the ignoble savage. New York: Cambridge University Press.
MILLS, Charles (1997). The racial contract. Ithaca: Cornell University Press.
MONTAIGNE, Michel de (1972 [1588]). Ensaios. São Paulo: Abril (Coleção Os Pensadores).
PAGDEN, Anthony (1986). The fall of natural man: the American Indian and the origins of comparative ethnology. Cambridge: Cambridge University Press.
POULANTZAS, Nicos (1979). Estado, poder y socialismo. Madrid: Siglo XXI.
QUIJADA, Mónica (2003). ¿Qué nación? Dinámicas y dicotomías en el imaginario hispanoamericano. Em ANNINO, Antonio & XAVIER-GUERRA, François (orgs). Inventando la nación: Iberoamérica siglo XIX. México: Fondo de Cultura Económica, pp. 287-315.
QUIJANO, Aníbal (2000). “Coloniality of power and eurocentrism in Latin America”. International Sociology, vol. 15, n. 2, pp. 215-232.
SALA-MOLINS, Louis (2006). The dark side of the light: slavery and the French Enlightenment. Minneapolis/London: Minnesota University Press.
SAID, Edward (2008). Orientalismo. Barcelona: Random House Mondatori.
SANTOS, Boaventura de Sousa (1999). “Por que é tão difícil fazer teoria crítica?”. Revista Crítica de Ciências Sociais, n.54, pp. 194-216.
SELASSIE, Haile (2011 [1936]). Adress to the League of Nations. Em BLAISDELL, Bob (org.). Great speeches of twentieth century. Nova York: Dover Publisher, pp. 46-54.
TODOROV, Tzvetan (1982). 1492: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes.
TROUILLOT, Michel-Rolph (1995). Silencing the past: power and the production of history. Boston: Beacon Press.
WALLERSTEIN, Immanuel (2006). European universalism: rhetoric of power. Nova York: The New Press.
WALLERSTEIN, Immanuel (1997). “Eurocentrism and its avatars: the dilemmas of Social Science”. Sociological Bulletin, vol. 46, no. 1, pp. 21-39.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Para submeter um manuscrito, os autores devem realizar o cadastro na plataforma, fornecer os dados solicitados e seguir as orientações recomendadas. Para tanto, será necessário apresentar o número da identidade de pesquisador. Para obtê-lo, é necessário realizar o cadastro na plataforma Open Researcher and Contributor ID (ORCID).
Ao submeter um manuscrito, os autores declaram sua propriedade intelectual sobre o texto e se comprometem com todas as práticas legais relativas à autoria. A submissão implica, ainda, na autorização plena, irrevogável e gratuita de sua publicação na REP, a qual se responsabiliza pela menção da autoria.
A REP tem acesso aberto e não cobra pelo acesso aos artigos.
Orientando-se pelo princípio de que tornar público e disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico contribui para a democratização mundial do conhecimento, a REP adota a política de acesso livre e imediato ao seu conteúdo.
No mesmo sentido, a REP utiliza a licença CC-BY, Creative Commons, a qual autoriza que terceiros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do trabalho, inclusive para fins comerciais, desde que se reconheça e torne público o crédito da criação original.
Para mais informações, contatar a editora através do e-mail revistaestudospoliticos@gmail.com