Companhias de segurança privada e narrativas de soberania: revisitando a gramática do monopólio estatal do uso da força e da privatização da violência no pós-guerra fria
DOI:
https://doi.org/10.22409/rep.v11i21.46520Palavras-chave:
Companhia de Segurança Privada, Soberania, Estudos Críticos de Segurança.Resumo
O presente artigo estabelece uma reflexão crítica sobre a ação contemporânea de Companhias Segurança Privadas e sua relação com estruturas estatais, principalmente no que diz respeito as narrativas sobre possíveis violaç ões da soberania estatal. Apontamos que a gramática envolvendo as CSP se articulam principalmente com um suposto monopólio do uso da força, sendo seu uso apontado comumente como a materialização de práticas de erosão dos princípios basilares dos Estados modernos. O artigo se concentra em articular premissas epistemológicas que assumem que tais atores não necessariamente erodem a soberania - mas representam um momento de resignificação da mesma, em conluio com redefinições do que é público e privado em tais contextos. A soberania, nesse sentido, é entendida como um conceito em recorrente processo de significação e não um elemento rígido e atemporal.
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