"É nós ou é a gente, só não pode ser eles": moralidades, proximidades e conexões sobre o funk de milícia
DOI:
https://doi.org/10.22409/rep.v13i26.56844Resumo
A partir deste artigo pretendo abrir em meus estudos olhares sobre processos de curtição, via a contextualização do funk enquanto um movimento cultural. Pois, percebi que a circulação das letras de funk e a forma como elas são consumidas podem servir para refletir a respeito de questões que se referem aos acessos e possibilidades de se viver na cidade. Neste sentido, foram reunidas, a partir de trabalho desenvolvido em grupo, diversas letras do que estava sendo chamado em redes sociais de funk de milícia, como uma vertente do funk carioca. A partir dos comentários e notícias em aplicativos que relatavam acontecidos a respeito da expansão da milícia na Zona Oeste do Rio de Janeiro, como foco no período entre 2020 e 2022. A partir desse material, busquei refletir como processos de curtição produzem ou refletem desigualdades em relação a cidade e bem como, em determinados ambientes, a respeito de quem pode e como se pode curtir, morrer e matar. Afinal, as letras de funk abordadas servem como demarcações, explanações e explicitações de relações de poder, afeto, conquistas e negócios estabelecidos a partir do crescimento da milícia no Rio de Janeiro.
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