A memória que não leva à Justiça: o apagamento da reflexão histórica e crítica entre os alunos do tecnólogo em Segurança Pública e Social da UFF
Resumo
Analisa-se moralidades e sentidos de justiça (Thèvenot 2006) presentes entre alunos do curso Tecnólogo em Segurança Pública e Social, da Universidade Federal Fluminense. A interação dos alunos com o conteúdo abordado resulta numa combinação entre obstáculos epistemológicos (Bachelard 1996) e moralidades, analisados a partir do mau desempenho dos alunos debutantes em avaliações que demandam reflexão histórica e crítica sobre segurança pública no Brasil ao longo do século XX. Sentidos de justiça expressos pelos alunos que defendem um regime autoritário no país ficam evidentes durante a adaptação ao curso, onde uma das tarefas dos avaliadores é explicitar a diferença entre opinião e conhecimento para a obtenção de um diploma de ensino superior. Na medida em que as respostas dos alunos ao conteúdo durante os dois anos de implantação do curso são analisadas, é possível perceber que as moralidades em disputa não caracterizam idiossincrasias e são compreendidas aqui como conflitos que formam contornos morais (Cardoso De Oliveira 1968) entre alunos-policiais e profissionais do curso, representativos para uma compreensão mais ampla do cenário político brasileiro, onde é pertinente compreender as diferenças entre aqueles que defendem um regime autoritário e aqueles que tomam o Estado Democrático de Direito como ponto de partida analítico. Neste contexto se insere a percepção destes alunos policiais, de que a polícia só pode ser concebida corretamente fora de uma análise histórico-crítica, distante da percepção da trajetória individual de seus agentes e apagando os erros do passado, afirmando assim, contra o conhecimento científico apresentado no curso, estar defendendo valores universais.
Palavras-chave: obstáculos epistemológicos; moralidades; sociologia pragmática; CEDERJ; polícia.
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