Das Diretas Já ao Festival do Futuro: corpos, festa e temporalidades em acontecimentos históricos de celebração da democracia
DOI:
https://doi.org/10.22409/rep.v16i32.63408Resumo
O acontecimento Diretas Já dialoga com mobilizações populares históricas brasileiras e, ao mesmo tempo, dá a ver sentidos que possibilitam pensar dimensões políticas de movimentos de massa em um amplo espectro de possibilidades de existência. Nesse viés, observando sua dimensão de festa e espetáculo em prol da democracia, este artigo busca explorar a relação de um momento festivo recente da vida nacional – a cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 1º janeiro de 2023 (que ritualizou o fim do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro), denominada de Festival do Futuro – com a campanha das Diretas Já. O Festival do Futuro foi um ritual que ultrapassou as lógicas do cerimonial político. A planejada e prevista celebração estava atravessada por um feixe de temporalidades e afetos, reunidos numa ideia de comunhão, concretizada, para além das formalidades rotineiras da solenidade da posse. Desta compreensão, o artigo reflete sobre questões sócio-históricas relacionadas a esse evento e problematiza de que forma o festival se delineou como um momento de partilha pública, emergente enquanto festa e linguagem, capaz de traduzir, pela presença dos corpos em assembleia, uma forma de encantamento que se torna gerativa e criativa de possibilidades de futuro, tal qual se deu com as Diretas Já, há 40 anos. A reflexão busca interpretar como a vivência e a circulação midiática em eventos populares de ocupação das ruas como o Festival do Futuro, em perfis de redes sociais, permitem o compartilhamento de percepções sobre futuros imaginados coletivamente na sociedade brasileira contemporânea.
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Copyright (c) 2025 Daniela Abreu Matos, Denise Figueiredo Barros do Prado, Frederico de Mello B. Tavares

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