Fugir ao utilitarismo: experimentações com o queer e o ensino de geografia
DOI:
https://doi.org/10.22409/rep.v15i30.66293Resumo
Resumo
O modo como o campo de estudos em ensino de Geografia se constituiu no Brasil vem demonstrando que seguimos caminhando por uma lógica utilitarista sustentada pela racionalidade neoliberal que promete perversamente a ideia de um futuro melhor. Isso corrobora para a ideia de que o ensino de Geografia precise servir para alguma coisa, o que sustenta políticas como a Base Nacional Comum Curricular e o Novo Ensino Médio, prometendo aos estudantes a tomada de decisões para seus próprios destinos, formando os cidadãos que demanda o mundo contemporâneo, mas deixando para eles o fardo de um possível fracasso futuro. Desse modo, por meio de um exercício de especulação teórica, o presente artigo se constitui como uma proposta de fugir ao utilitarismo no ensino de Geografia por meio de experimentações com o queer. Entendido como uma dimensão experimental do mundo, o queer possibilita a imaginação de um mundo outro, tensionando as próprias noções de tempo e espaço, desvencilhando de promessas de futuro que não tem nenhuma garantia de serem cumpridas diante do cenário sociopolítico brasileiro. Assim, queerizar o ensino de Geografia não é uma resposta ou um projeto, mas um exercício experimental de pensar esse ensino como produtor de sentidos, tendo a experiência de viver juntos como um constante ato de criação.
Palavras-chave: Neoliberalismo. Estudos queer. Ensino de Geografia. Currículo. Utilitarismo. Futuro.
Abstract
The way the field of Geography teaching has been established in Brazil demonstrates that we are still walking along a utilitarian logic sustained by neoliberal rationality, which deceitfully promises the idea of a better future. This corroborates the notion that Geography teaching needs to serve a purpose, which supports policies such as the Base Nacional Comum Curricular (BNCC) [National Common Core Curriculum] and the Novo Ensino Médio (NEM) [New High School], promising students the ability to make decisions about their own destinies, shaping the citizens demanded by the contemporary world, but burdening them with the possibility of future failure. Thus, through an exercise of theoretical speculation, this article proposes to escape utilitarianism in Geography teaching by engaging in queer experimentation. Understood as an experimental dimension of the world, queerness enables the imagination of another world, challenging notions of time and space, disentangling from promises of a future that have no guarantee of being fulfilled given the Brazilian sociopolitical scenario. Therefore, queering Geography teaching is not an answer or a project, but an experimental exercise in thinking of this education as a producer of meanings, with the experience of living together as a constant act of creation.
Keywords: Neoliberalism. Queer studies. Geography teaching. Curriculum. Utilitarianism. Future.
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