As transformações da justiça medieval ibérica entre os séculos XIII e XV

Fátima Regina Fernandes

doi:10.15175/1984-2503-202113203

Auteurs

Fátima Regina Fernandes Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR https://orcid.org/0000-0002-4747-8146

##plugins.pubIds.doi.readerDisplayName##:

https://doi.org/10.15175/1984-2503-202113203

Mots-clés:

Droit commun, Iura propria, culture juridique médiévale, centralisation royale

Résumé

Le concept de Justice a connu des transformations dans le contexte médiéval de l’Occident latin, et ce plus particulièrement du XIII^e au XV^e siècles, en raison des changements en cours dans les champs politique et institutionnel. Les monarchies s’institutionnalisaient sous l’influence des débats promus par l’Université de Bologne, qui furent à l’origine d’une culture juridique systématisant les concepts et critères d’exercice de la Justice sans abandonner la relation de ces théories avec le contexte social auxquelles elles se destinaient. Les représentants municipaux gagnaient toujours plus en importance dans certains événements tels que l’ascension de la dynastie des Avis au Portugal (1383-5), et leurs aspirations et visions du monde seront utilisées comme monnaie d’échange du soutien concédé et se reflèteront dans la législation et dans les collections juridiques élaborées par les descendants de D. João I de Avis, à l’instar des Ordinations Afonsines. Il s’agissait d’un espace de superposition des droits privés sur le Droit commun émanant de la Cour royale et de cristallisation d’une tendance à la singularité d’une tradition juridique portugaise promouvant la hiérarchisation des sources de droit disponibles dans le monde latin. Cet article a été élaboré sur la base d’une critique historique appliquée aux contenus des documents Las Siete Partidas del muy noble Rey Don Alfonso el Sabio, Livro das Leis e Posturas et Ordenações Afonsinas

##plugins.generic.usageStats.downloads##

##plugins.generic.usageStats.noStats##

Biographie de l'auteur

Fátima Regina Fernandes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR

Professora Titular de História Medieval (2015) do Departamento e Programa de História da UFPR onde atua desde 1998. Doutorado em História pela Universidade do Porto, Portugal (1997).Mestrado em História Antiga e Medieval pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1990) e Graduação em História pela Universidade do Porto (1985). Atualmente é PQ I do CNPq, consultora "ad hoc" da CAPES, CNPq e da FAPESP. Membro fundador do Núcleo de Estudos Mediterrânicos (NEMED) da UFPR. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Medieval, atuando principalmente nos seguintes temas: Prosopografia medieval, História das Instituições, História do Poder.

Références

AMARAL, Antonio Caetano do. Memórias: Memória V: Para a História da legislação e costumes de Portugal. Porto: Livraria Civilização, 1945.

CAETANO, Marcelo. História do Direito Português: fontes –Direito Público (1140-1495). 2. ed. Lisboa/ São Paulo: Editorial Verbo, 1985.

COING, Helmut. Las tareas del historiador del Derecho (reflexiones metodológicas). Sevilla: Publicaciones de la Universidad de Sevilla, 1977.

MARQUES, Antonio Henrique de Oliveira; DIAS, Nuno José Pizarro Pinto (Ed.). Cortes Portuguesas: Reinado de D. Fernando I (1367-1383). Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova de Lisboa -INIC/ JNICT,1990. v.1.

COSTA, Mário Júlio de Almeida; NUNES, Eduardo Borges (Ed.). Ordenações Afonsinas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984. 5 v.

DOMINGUES, José. Códices medievais de Ius Commune em Portugal: staus quaestionis. Anuario de Estudios Medievales, v. 46, n. 2, p. 725-750, 2016. https://doi.org/10.3989/aem.2016.46.2.05

FERNANDES, Fátima R. (Org.). A fronteira castelhana medieval, os homens que nela vivem e o seu papel na construção de uma identidade portuguesa. In: ______. Identidades e fronteiras no medievo ibérico. Curitiba: Juruá, 2013. p. 13-47.

FERNANDES, Fátima R. Do pacto e seus rompimentos: os Castros galegos e a condição de traidor na Guerra dos Cem Anos. Curitiba: Prismas, 2016.

FERNANDES, Fátima R. Portugal, 1385, quando um reino fez seu rei. Jundiaí, SP: Paco, 2018.

GAUVARD, Claude. Justiça e Paz. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude (Org.). Dicionário temático do Ocidente Medieval. Bauru, SP: EDUSC, 2002. v. II, p. 55-62.

GÓMEZ ROJO, Maria E. Teorías medievales sobre el ius ad rem. Anuario de Estudios Medievales, v. 29, p. 351-63, 1999. https://doi.org/10.3989/aem.1999.v29.i1.528

GRASSOTTI, Hilda. Las instituciones feudo-vassalaticas en Leon y Castilla. Spoleto: Centro Italiano di Studi Sull’Alto Medioevo, 1969. t. II.

GROSSI, P. A ordem jurídica medieval. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

HESPANHA, António Manuel. História das Instituições: épocas medieval e moderna. Coimbra: Almedina, 1982.

IGLESIA FERREIRÓS, Aquilino. Historia de la traición: la traición regia em Leon y Castilla. Santiago de Compostela, 1971.

LOPEZ, G. (Ed.). Las siete partidas del muy noble rey Don Alfonso el sabio. Madrid: Compañía General de Impresores y Libreros del Reino, 1844.

MANUEL, Don Juan. El Libro de los Estados. Madrid: Castalia, 1991.

OPPENHEIM, Felix E. Justiça, in: BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco (Org). Dicionário de Política. 9. ed. Brasília: EDUNB, 1997. v. 1, p. 661-666.

SILVA, Nuno José Espinosa Gomes; RODRIGUES, Maria Teresa Campos (Ed.). Livro das leis e posturas (1249-1393). Lisboa: Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, 1971.

SOUZA, José Antônio Camargo de. O reino de Deus e o reino dos homens: as relações entre os poderes espiritual e temporal na Baixa Idade Média. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997.

TORRES, Ruy d’Abreu. Revindicta. In: Dicionário de História de Portugal. 2. ed. Porto: Figueirinhas, 2000. t. 5, p. 338-339.

ULLMANN, Walter. Historia del pensamiento politico en la Edad Media. Barcelona: Ariel, 1983.

ULLMANN, Walter. Principios de gobierno y politica en la Edad Media. Madrid: Alianza, 1985.

VITERBO, Fr. J. de Santa Rosa de. Elucidário das palavras, termos e frases que em portugal antigamente se usaram e que hoje regularmente se ignoram. Porto: Civilização, 1962-1965. 2 v.