Perspectiva realista e imagens do popular o sertão do filme Viajo porque preciso, volto porque te amo (Karim Aïnouz e Marcelo Gomes)
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Resumo
O cinema brasileiro recente que se interessa pelo popular geralmente utiliza imagens e sons que reforçam características supostamente realistas em sua estética. Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo utiliza recursos do “documental” na construção do sertão. O filme experimenta novas possibilidades de perceber o popular pelo agenciamento entre as imagens de arquivo e os vários sons (trilha sonora, narração, ruídos e sons de diferentes origens e contextos). Forma-se assim o ponto fundamental para pensar o popular em sua questão formal – um diálogo entre o sertão mítico-documental da caatinga, com suas casas pobres, e o sertão de acrílico e colorido do presente, que aparece em inúmeras imagens, em que a cor (enquanto forma artificial) contextualiza o conteúdo histórico do espaço e das personagens. O sertão foi mostrado principalmente nas produções dos anos 1960 como um lugar mítico, que construiu uma ideia do popular e que serviu de base política para a formulação de um cinema nacional. O filme em questão retoma, de forma direta ou indireta, velhos tópicos narrativos sobre a cultura popular no semiárido brasileiro. Propõe-se, então, uma análise que parte de uma reflexão sobre a maneira como os autores exploram as imagens consideradas documentais e como representam o popular no sertão, assim como suas relações com os pressupostos políticos dessas construções (do popular e do r ealismo).
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