Possibilidades historiográficas de um gênero esquecido: sobre os libros de caballerías ibéricos
Resumo
Os libros de caballerías ibéricos constituíram um gênero literário e editorial que gozou de amplo sucesso de público entre os séculos XV e XVII. A despeito disso, retrospectivamente foi dada pouca atenção a esse corpus documental no âmbito acadêmico, fenômeno para qual a explicação se tentará conjecturar no decorrer destas páginas. Em tempos recentes, mais exatamente desde o início do século, alguns estudiosos têm buscado recuperar o gênero, por vezes discutindo suas características gerais e, por outras, as particularidades de cada título que o compõe. É alarmante, contudo, que a enorme maioria desses trabalhos se aproxime dos libros pelo viés da filologia e da crítica literária. Ciente disso, a intenção deste texto é alertar para a necessidade de os historiadores dispensarem maior atenção sobre o tema, assim como enfatizar a potencialidade de um conjunto de fontes ainda pouco explorado e que, crê-se, abriga contribuição fundamental para as reflexões sobre uma Longa Idade Média.
Downloads
Referências
ALVAR, Carlos. LUCÍA MEGÍAS, José Manuel. Libros de caballerías castellanos: una antología. Barcelona: Penguin Random House Grupo Editorial, 2016.
BAKHTIN, Mikhail. Epos e Romance (Sobre a metodologia do estudo do romance). In: Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: Hucitec, 2002.
BARTHÉLEMY, Dominique. A Cavalaria: da Germânia antiga à França do séc. XII. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2010.
BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano 1000 à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006.
BASTOS, Mário Jorge da Motta. Teu passado te condena? Herança feudal portuguesa, colonização e questão agrária no Brasil. Roda da Fortuna, 2019, v. 8, nº 1, pp. 373-390. Disponível em: https://bit.ly/2AX9xRb Acesso em 07 de out. de 2019.
CACHO BLECUA, Juan Manuel. Introducción. In: MONTALVO, Garci Rodríguez de. Amadís de Gaula I. Texto e notas de Juan Manuel Cacho Blecua. Madrid: Ediciones Cátedra, 2017.
CACHO BLECUA, Juan Manuel. Amadís: Heroísmo Mítico Cortesano. Madrid: Cupsa Editorial, 1979. Disponível em: https://bit.ly/35fVd4p Acesso em 07 de out. de 2019.
CACHO BLECUA, Juan Manuel. El motivo en la literatura caballeresca. Presentacíon. Revista de poética medieval. 2012, nº 26, pp. 11-30. Disponível em: https://bit.ly/2p0bYQn Acesso em 07 de out. de 2019.
CÁTEDRA, Pedro. El sueño caballeresco: de la caballería de papel al sueño real de Don Quijote. Madrid: Abada Editores, 2007.
CHARTIER, Roger. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura, séculos XI-XVIII. São Paulo: Editora UNESP, 2007.
CHARTIER. Roger. Textos, impressão, leituras. In: HUNT, Lynn. A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
DÍAZ-TOLEDO, Aurelio Vargas. A literatura cavaleiresca portuguesa: estado da questão. In: MONGELLI, Lênia Márcia (org.). E Fizerom Taes Maravilhas...histórias de cavaleiros e cavalarias. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2012.
EISENBERG, Daniel. Who read the romances of chivalry? Kentucky Romance Quarterly, nº. 20, 1973. pp. 209-233. Disponível em: https://bit.ly/2oYdUca Acesso em 07 de out. de 2019.
FERREIRA, Jerusa Pires. Cavalaria em cordel: o passo das águas mortas. São Paulo: Hucitec, 1993.
FLORI, Jean. A Cavalaria: A origem dos nobres guerreiros da Idade Média. São Paulo: Madras, 2005.
FLORI, Jean. Cavalaria. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (org.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: EDUSC, 2002. (v. 1).
GÓMEZ, Antonio Castillo. Livros e leituras na Espanha do Século de Ouro. São Paulo: Ateliê Editorial, 2014.
LE GOFF, Jacques. Em busca da Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
LE GOFF, Jacques. Uma Longa Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
LUCÍA MEGÍAS, José Manuel. Libros de caballerías castellanos: un género recuperado. Letras: revista de la Facultad de Filosofía y Letras de la Pontificia Universidad Católica Argentina Santa María de los Buenos Aires, nº. Extra 50-51, 2004-2005. pp. 203-234. Disponível em: https://bit.ly/2MqrYmZ Acesso em 07 de out. de 2019.
LUCÍA MEGÍAS, José Manuel. Los libros de caballerías a la luz de los primeros comentarios del Quijote: De los Ríos, Bowle, Pellicer y Clemencín. Edad de Oro, v. 21, 2002. pp. 499-539. Disponível em: https://bit.ly/2LTWQgy Acesso em 07 de out. de 2019.
MARÍN PINA, Mª Carmen. Páginas de sueños: estudios sobre los libros de caballerías castellanos. Institución Fernando El Catolico: 2011.
MARTORELL, Joanot. Tirant Lo Blanc. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
MORAES, Francisco de. Palmeirim de Inglaterra. São Paulo: Ateliê Editorial, 2016.
OLIVAL, Fernanda. Honra, cavalarias e ordens (Portugal, séculos XVI-XVII): dos romances de cavalarias às práticas e das práticas aos textos. In: MONGELLI, Lênia Márcia (org.). E Fizerom Taes Maravilhas...histórias de cavaleiros e cavalarias. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2012.
SPINA, Segismundo. Cultura literária medieval. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007.
WECKMANN, Luis. La herencia medieval de México. México, D.F: Fondo de Cultura Económica, 1996.
ZINK, Michel. Literatura. In: LE GOFF, Jacques; SCHMITT, Jean-Claude. (org.) Dicionário Temático do Ocidente Medieval. São Paulo: EDUSC, 2002. (v. 2).
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre