Tradição (Re)inventada: a Desconstrução do Mito do Cowboy em “Crepúsculo de uma Raça”
Abstract
John Ford foi um dos responsáveis por consolidar a narrativa do gênero western em Hollywood, interpretando mitos nacionais dos Estados Unidos com o olhar do século XX. O objetivo deste artigo é analisar os personagens do último western desse diretor, Crepúsculo de uma raça, lançado em 1964, apontando como esse filme de Ford desconstrói o mito do cowboy ridicularizando-o ou transformando-o num sujeito consciente de seu discurso racista e assassino. Para isso, esse artigo discute a construção do mito da fronteira pela obra do historiador estadunidense Frederick Jackson Turner e mostra como o cowboy é um mito heroico forjado no final do século XIX por intelectuais como o ex-presidente Theodore Roosevelt: um mito reinventado no cinema a partir dos anos 1960 num momento de redefinição da identidade nacional dos Estados Unidos.
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