Fragmentos da escravidão em Alagoas: Escravos, Sociedade na Villa Real de São José do Poxim - 1774 a 1854
Abstract
O presente artigo visa analisar o papel desempenhado pelos escravos e do rio Poxim na Vila Real de São José do Poxim, no atual município de Coruripe, Estado de Alagoas. Inserido no contexto histórico da monocultura da cana-de-açúcar em pleno século XVIII e meados do XIX, o Poxim não foi diferente de tantas outras regiões do nordeste brasileiro, sua formação social e seu contingente humano nasceram em torno dos engenhos Jenipapo e Porção por volta de 1774. O processo de ocupação do vale do rio Poxim, e mais tarde o de Coruripe, deram-se em função da criação do gado, inicialmente, e depois veio a instalação dos primeiros engenhos de açúcar na região. O rio Poxim que foi uma “estrada hídrica” para compor o mercado fornecedor e consumidor de escravos, açúcar, farinha de mandioca, batata, carne seca e salgada, sal, feijão, milho, peixe seco e outros gêneros alimentícios na região do vale do São Francisco, também foi muito utilizado para força motriz da moenda do engenho. Ambos – o engenho e o rio - contavam com a presença do negro africano para o pesado trabalho nas lavouras de cana e no fabrico do açúcar.
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