“Seria o fim do preconceito?”: a ditadura militar, o Itamaraty e a primeira diplomata negra do Brasil
Palabras clave:
Ditadura militar;, Itamaraty, Mito da democracia racialResumen
Historicamente, o acesso à carreira diplomática no Brasil restringiu-se a poucos, geralmente homens brancos pertencentes às elites nacionais. O estudo da trajetória de diplomatas que não fazem parte do perfil-padrão da diplomacia brasileira pode, assim, ajudar a compreender as estruturas que norteiam o processo de seleção a esses quadros. Mônica de Veyrac (1957-1985), primeira diplomata negra do Itamaraty, ingressou no Instituto Rio Branco em 1979. À época, o órgão era alvo de críticas diversas: a imprensa afirmava que o processo seletivo à carreira era discriminatório; Abdias do Nascimento, intelectual e ativista, argumentava que o Itamaraty era racista. A ditadura militar brasileira, para contestar tais críticas, utilizou a aprovação de Mônica de Veyrac, divulgando sua imagem, interna e externamente, como exemplo da “democracia racial” brasileira. Não obstante, sua breve carreira foi exceção à regra; a composição do quadro diplomático brasileiro pouco mudou, sendo as políticas de ação afirmativa elemento fundamental para essa mudança.
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