COLONIALIDADE DO PODER ADULTOCÊNTRICO E/NOS DIREITOS DE CRIANÇAS E JOVENS
Resumo
Neste artigo estabeleço a base teórica da construção racializada do adultocentrismo que emerge com a intrusão colonial/moderna e se (re)configura até a atualidade. Parto da crítica à baixa consideração que os estudos descoloniais têm sobre as relações de poder existentes entre adultos e não-adultos, de modo a evidenciar que esta relação também foi reordenada com a invenção da raça na colonial modernidade e a invasão europeia da América. Em seguida, faço uma análise da colonialidade do poder adultocêntrico, procurando delimitar suas expressões e implicações no poder, no saber, no ser, na natureza e nos direitos de crianças e jovens. Por último, discuto a descolonização do poder adultocêntrico com base no desprendimento radical do discurso adultocêntrico das ideias de imaturidade e incompletude racional, e na valorização em igualdade de condições de outras concepções culturais de infância, adolescência e juventude, e de seus reflexos nos direitos e no Estado.