Docência e interseccionalidade: o que dizem as professoras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/resa2024.v17.a58647

Palavras-chave:

professoras, racismo, narrativas, interseccionalidade, magistério

Resumo

O presente artigo analisa as narrativas de quatro professoras negras acerca dos racismos que perpassaram a seus corpos, evidenciando as intersecções que as atravessaram no magistério. O processo de feminização do magistério, estereótipo ligado ao marcador gênero, aponta para a exclusão das mulheres nas Ciências. O feminismo negro decolonial questiona os arranjos sociais a partir de uma visão eurocêntrica, patriarcal e colonialista e de que maneira produzem opressões, como o racismo e sexismo na academia. Através da lente da interseccionalidade evidenciamos, nas narrativas das professoras, o impedimento e acesso nos espaços de poder.

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Biografias Autor

Gabriella de Oliveira Dias, Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Mestre no Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica (PPGEB), pelo Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), com área de concentração e desenvolvimento de pesquisa em Estudos Étnico Raciais, Educação Antirracista e Estudos Críticos da Branquitude, com foco nas Narrativas e Experiências de vida que assim se evidenciam no cotidiano escolar. Especialização Latu Sensu em Supervisão Escolar pela Escola Superior Aberta do Brasil (ESAB) Especialização Latu Sensu Em Docência do Ensino Superior pela Faculdade União Dinâmica das Cataratas (UDC). Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Professora na Secretaria Municipal de Educação - SME/RJ.

Jonê Carla Baião , Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Doutora em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2006). Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998). Graduada em Letras Português e Literatura - Faculdade de Humanidades Pedro II (1989) . Atualmente é Professora Associada da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, lotada no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ). Professora do Departamento de Ensino Fundamental e do Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica (PPGEB/CAp-UERJ) . Está vice coordenadora do PPGEB desde julho de 2020. Atua, também, como coordenadora, na modalidade EAD, da disciplina de Monografia 2 do Consórcio CEDERJ/ CECIERJ no curso de Pedagogia UERJ, desde 2014.Foi eleita representante da Unidade CAp-Uerj para atuar no Conselho Universitário para o biênio 2021-2023. Faz parte do corpo editorial da Revista e-mosaico e da Revista Digital Formação em Diálogo. É membro do Grupo de Pesquisa Formação em Diálogo: narrativas de professoras, currículos e culturas (GPFORMADI), co-coordenadora da linha de pesquisa "Educação e Diferença". Tem interesse de estudo na área de Linguística, com ênfase em Ensino de Língua Materna, especialmente em Alfabetização, bem como nos seguintes temas: interseccionalidades raça, gênero e classe

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Publicado

2024-06-24

Como Citar

Dias, G. de O., & Baião , J. C. (2024). Docência e interseccionalidade: o que dizem as professoras. Ensino, Saude E Ambiente, 17, Publicado em 24/06/2024. https://doi.org/10.22409/resa2024.v17.a58647

Edição

Secção

Dossiê Interseccionalidades