Crítica, razão e sociedade: convergência e paralelismo entre Foucault e Adorno & Horkheimer.

Autores

  • Leomir Cardoso Hilário Universidade Federal de Sergipe
  • Eduardo Leal Cunha Professor adjunto do Departamento de Psicologia e do Núcleo de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe.

Palavras-chave:

Teoria Crítica, Escola de Frankfurt, Foucault, Adorno, Horkheimer

Resumo

Este artigo parte do ponto de vista defendido por Axel Honneth, no qual Foucault e Habermas são compreendidos como desenvolvimentos rivais do campo problemático aberto pela Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer em particular. Propomos que é a conduta diante do Iluminismo que afasta Habermas e Honneth de Foucault e também de Adorno e Horkheimer. Tecemos, assim, uma costura entre Foucault e a primeira geração da Escola de Frankfurt, que se apoia inicialmente na crítica de Honneth tanto a um quanto a outro, para em seguida ultrapassá-la, mostrando, ao mesmo tempo, os pontos em comum – centrados na crítica radical da razão – e os motivos para considerá-los responsáveis por empreitadas filosóficas distintas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Leomir Cardoso Hilário, Universidade Federal de Sergipe

Graduado em psicologia pela Universidade Tiradentes, Aracaju - Sergipe. Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal de Sergipe e Doutorando em Psicologia Social pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Eduardo Leal Cunha, Professor adjunto do Departamento de Psicologia e do Núcleo de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe.

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal da Bahia (1989), mestrado em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1992) e doutorado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2005). Atualmente é professor adjunto do Departamento de Psicologia e do Núcleo de Pós-Graduação em Psicologia Social da Universidade Federal de Sergipe. Tem experiência na área de psicanálise com ênfase nas relações entre clínica, cultura e sociedade, atuando principalmente nos seguintes temas: fundamentos teóricos da psicanálise, com destaque para as noções de identificação, fantasia e realidade psíquica; ética e psicanálise; sexualidade e afetividade; novas formas de subjetivação. É Editor Responsável pela Revista Psicologia: Ensino e Formação, da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia, coordena o Projeto PROCAD/NF "A dimensão ética do pensamento psicanalítico: impacto no estudo de fenômenos sócio-culturais" que reúne o NPPS/UFS, o PPGTP/UFRJ e o PPGP/UFPA e o GT Psicanálise, subjetivação e cultura contemporânea, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia.

Referências

ASSOUN, P-L. A escola de Frankfurt. São Paulo: Ática, 1991.

ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. A Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1985.

BECK, U. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. São Paulo: Ed. 34, 2010.

BOUDON, R. Dicionário de Sociologia. Lisboa: Dom Quixote, 1990.

BUTLER, J. Mecanismos psíquicos del poder. Madrid: Cátedra, 2001.

BUTLER, J. O que é a crítica? Um ensaio sobre a virtude de Foucault. Imprópria: política e pensamento crítico, Lisboa, n. 1, p. 81-98, 1º sem. 2012.

DEWS, P. Adorno, pós-estruturalismo e a crítica da identidade. In: ZIZEK, S. (Org.). Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996. p. 51-70.

DUARTE, R. Expressão como fundamentação. In: ______. Adornos: nove ensaios sobre o filósofo frankfurtiano. Belo Horizonte: UFMG, 1997a. p. 161-184.

DUARTE, R. Notas sobre a “carência de fundamentação” na filosofia de Theodor W. Adorno. In: ______. Adornos: nove ensaios sobre o filósofo frankfurtiano. Belo Horizonte: UFMG, 1997b. p. 131-144.

DUARTE, R. Notas sobre modernidade e sujeito na Dialética do Esclarecimento. In: ______. Adornos: nove ensaios sobre o filósofo frankfurtiano. Belo Horizonte: UFMG, 1997c. p. 45-64.

CUIN, C-H. História da Sociologia. São Paulo: Ensaio, 1994.

ERIBON, D. A impaciência da liberdade (Foucault e Habermas). In: ______. Michel Foucault e seus contemporâneos. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1996. p. 169-181.

EWALD, F. Foucault, a norma e o direito. Lisboa: Vega, 1993.

FOUCAULT, M. El polvo y la nube. In: LEONARD, J. La imposible prisión: debate con Michel Foucault. Barcelona: Anagrama, 1982. p. 37-53.

FOUCAULT, M. História da Sexualidade: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Graal, 1998. v. 2.

FOUCAULT, M. A ética do cuidado de si como prática da liberdade. In: MOTTA, M. B. da. (Org.). Ética, sexualidade, política. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006. p. 264-287.

FOUCAULT, M. Estruturalismo e Pós-estruturalismo. In: MOTTA, M. B. da. (Org.). Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitaria, 2008a. p. 307-334.

FOUCAULT, M. O que são as Luzes? (1984). In: MOTTA, M. B. da. (Org.). Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008b. p. 335-351.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.

FOUCAULT, M. O governo de si e dos outros: curso no Collège de France (1982-1983). São Paulo: Martins Fontes, 2010a.

FOUCAULT, M. O sujeito e o poder. In: RABINOW, P.; DREYFUS, H. (Org.). Michel Foucault, uma trajetória filosófica: para além do estruturalismo e da hermenêutica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010b. p. 273-295.

FOUCAULT, M. Conversa com Michel Foucault. In: MOTTA, M. B. da. Repensar a Política. Rio de Janeiro: Forense Universitaria, 2010c. p. 289-347.

FOUCAULT, M. O que é a crítica? (Crítica e Aufklärung) (1978). Imprópria: política e pensamento crítico, Lisboa, n. 1, p. 57-80, 1º sem. 2012.

GARCÍA, F. V. Foucault: la historia como crítica de la razón. Barcelona: Montesinos, 1995.

HABERMAS, J. O conservadorismo e a crise capitalista. In: SADER, E. (Org.). Vozes do século: entrevistas da New Left Review. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997. p. 111-123.

HABERMAS, J. Teoria do Agir Comunicativo. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

HIGUERA, J. de. Estudio preliminar. In: FOUCAULT, M. Sobre la Ilustración. Madrid: Tecnos, 2011. p. IX-LXVII.

HILÁRIO, L. C.; CUNHA, E. L. Michel Foucault e a Escola de Frankfurt: reflexões a partir da obra crítica do poder, de Axel Honneth. Trans/Form/Ação, Marília , v. 35, n. 3, p. 157-188, dec. 2012a.

HILÁRIO, L. C.; CUNHA, E. L. Possibilidades éticos-estéticas da perversão: a sexualidade perverso-polimorfa como prática de liberdade em Marcuse. Psicol. USP, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 303-326, jun. 2012b. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642012000200004&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 20 dez. 2012.

HONNETH, A. Teoria Crítica. In: GIDDENS, A.; TURNER, J. H. (Org.). Teoria social hoje. São Paulo: UNESP, 1999. p. 503-552.

HONNETH, A. Crítica del poder: fases en la reflexión de una Teoria Crítica de la sociedad (1985). Madrid: Machado, 2009a.

HONNETH, A. Una fisonomía de la forma de vida capitalista. Bosquejo de la teoría social de Adorno. In: ______. Patologías de la razón: historia y actualidad de la teoría crítica. Madrid: Katz, 2009b. p. 65-84.

HONNETH, A. Una patología social de la razón. Sobre el legado intelectual de la Teoría Crítica. In: ______. Patologías de la razón: historia y actualidad de la teoría crítica. Madrid: Katz, 2009c. p. 27-51.

JAMESON, F. O Marxismo Tardio: Adorno, ou a persistência da dialética. São Paulo: Unesp, 1997.

JAY, M. As idéias de Adorno. São Paulo: Cultrix, 1988.

JAY, M. A imaginação dialética 25 anos depois. In Contemporaneidade e educação: revista semestral de Ciências Sociais e Educação. Rio de Janeiro: IEC, Ano I, n 0, p. 8-21, set. 1996.

KANT, I. Resposta à pergunta: Que é “Esclarecimento”? (Aufklärung) In: Immanuel Kant: textos seletos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005. p. 100-118.

KELLY, M. (Org.). Critique and power: recasting the Foucault/Habermas debate. Cambridge, MA: MIT, 1994.

LEONARD, J. El historiador y el filosofo. A propósito de: Vigilar y castigar; nascimento de la prisión. In: ______. La imposible prisión: debate con Michel Foucault. Barcelona: Anagrama, 1982. p. 5-36.

LEVINE, D. N. Visões da tradição sociológica. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1997.

MACHADO, R. Foucault, a ciência e o saber. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2006.

MAESTRE, A. (Comp.). Estudio preliminar: notas para uma nueva lectura de la Ilustración. In: ______. ¿Que és ilustración? Madrid: Tecnos, 1988. p. XI-XLIX.

MAIA, A. C. Foucault e Adorno: mapeando um campo de convergências. In: RAGO, M. et al. (Org.). Imagens de Foucault: ressonâncias nietzschianas. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 63-84.

MCCARTHY, T. Filosofía y teoría crítica en Estados Unidos. Foucault y la Escuela de Francfort. Isegoria, n. 1, p. 49-84, maio 1990.

MCCARTHY, T. The Critique of Impure Reason: Foucault and The Frankfurt School. In: KELLY, M. (Org.). Critique and power: recasting the Foucault/Habermas debate. Cambridge, MA: MIT, 1994. p. 243-282.

NOBRE, M. A Teoria Crítica. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2004.

ORTEGA, F. Amizade e estética da existência em Foucault. Rio de Janeiro: Graal, 1999.

VITULLO, G. O lugar do conflito na teoria democrática contemporânea. Tomo, São Cristóvão – SE, n. 10, p. 61-83, jan./jun. 2007.

REALE, G.; ANTISERI, D. História da filosofia: do humanismo a Kant. São Paulo: Paulus, 1990.

WIGGERSHAUS, R. A Escola de Frankfurt: história, desenvolvimento teórico, significação política. Rio de Janeiro: DIFEL, 2006.

Downloads

Publicado

2014-12-28

Como Citar

HILÁRIO, L. C.; CUNHA, E. L. Crítica, razão e sociedade: convergência e paralelismo entre Foucault e Adorno & Horkheimer. Fractal: Revista de Psicologia, v. 26, n. 3, p. 877-900, 28 dez. 2014.

Edição

Seção

Artigos