Esta es un versión antigua publicada el 2020-11-30. Consulte la versión más reciente.

“O Fuzzil aqui não mata, recita poesia”:

Processos de identificação a partir da poesia de Fuzzil

Autores/as

  • Elisabete Figueroa dos Santos Centro Universitário Central Paulista, São Carlos, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i3/5719

Palabras clave:

Fuzzil, poesia, identidade negra, literatura periférica

Resumen

Este artigo teve por objetivo analisar a literatura do poeta Fuzzil, de modo a identificar em seus textos representações acerca de seus momentos identitários. Para tanto, analisamos trechos de suas três obras, “Um presente para o gueto” (2007), “Caturra” (2012) e “Céu de Agosto” (2013), bem como uma entrevista com o autor. Verificou-se que à medida que o poeta é interpelado pelas artimanhas poéticas e negras de recitais periféricos e de autores e versadores negros, é também convocado a explorar possibilidades para suas articulações enquanto escritor e versador antes apenas timidamente tangenciadas. Constata-se, assim, em Fuzzil, a transformação de realidades massacrantes em poesia, por meio de novos significados, como formas ativas de localizar-se como produtor de si, de localizar-se como sujeito e de subverter a posição de invisibilidade pública e política – e, por que não, poética? – socialmente imposta aos seus antecessores e a muitos pares de sua época.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Elisabete Figueroa dos Santos, Centro Universitário Central Paulista, São Carlos, SP, Brasil

Este artigo teve por objetivo analisar a literatura do poeta Fuzzil, de modo a identificar em seus textos representações acerca de seus momentos identitários. Para tanto, analisamos trechos de suas três obras, “Um presente para o gueto” (2007), “Caturra” (2012) e “Céu de Agosto” (2013), bem como uma entrevista com o autor. Verificou-se que à medida que o poeta é interpelado pelas artimanhas poéticas e negras de recitais periféricos e de autores e versadores negros, é também convocado a explorar possibilidades para suas articulações enquanto escritor e versador antes apenas timidamente tangenciadas. Constata-se, assim, em Fuzzil, a transformação de realidades massacrantes em poesia, por meio de novos significados, como formas ativas de localizar-se como produtor de si, de localizar-se como sujeito e de subverter a posição de invisibilidade pública e política – e, por que não, poética? – socialmente imposta aos seus antecessores e a muitos pares de sua época.

Citas

ANDRÉ, Maria da Consolação. Processos de subjetivação em afro-brasileiros: anotações para um estudo. Psicologia: Teoria e Pesquisa, Brasília, v. 23, n. 2, p. 159-167, 2007. http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722007000200006

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.

BELGRAVE, Faye Z. et al. Racial identity and self-esteem among Black Brazilian men: Race matters in Brazil too! Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology, v. 8, n. 2, p. 157-169, 2002. https://doi.org/10.1037/1099-9809.8.2.157

DESCHAMPS, Jean Claude; MOLINER, Pascal. A identidade em psicologia social: dos processos identitários às representações sociais. Tradução de Lúcia M. Endlich Orth. Petrópolis: Vozes, 2009.

DOMINGUES, Petrônio José. Negros de almas brancas? A ideologia do branqueamento no interior da comunidade negra em São Paulo, 1915-1930. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, v. 24, n. 3, p. 563-600, 2002. https://doi.org/10.1590/S0101-546X2002000300006

DOMINGUES, Petrônio José. Movimento da negritude: uma breve reconstrução histórica. Mediações: Revista de Ciências Sociais, v. 10, n. 1, p. 25-40, 2005. http://dx.doi.org/10.5433/2176-6665.2005v10n1p25

FERREIRA, Ligia F. “Negritude”, “Negridade”, “Negrícia”: história e sentidos de três conceitos viajantes. Via Atlântica, n. 9, p. 163-184, 2006. https://doi.org/10.11606/va.v0i9.50048

FUZZIL. Um presente para o gueto. São Paulo: Toró, 2007.

FUZZIL. Caturra. São Paulo: Elo da Corrente, 2012.

FUZZIL. Céu de agosto. São Paulo: APL, 2013.

FUZZIL. Um abrigo contra a tempestade. São Paulo: APL, 2017.

OLIVEIRA, Marina Barbosa; SOUZA, Patrícia Silva de; SILVA, Vivian Karina da. Gênero, arte e subjetividade: o olhar ético-estético da Psicologia Social. Revista de Psicologia da UNESP, v. 8, n. 2, p. 31-38, 2009. Disponível em: https://seer.assis.unesp.br/index.php/psicologia/article/view/938. Acesso em: 10 out. 2016.

PROENÇA FILHO, Domício. A trajetória do negro na literatura brasileira. Estudos Avançados, São Paulo, v. 18, n. 50, p. 161-193, 2004. http://dx.doi.org/10.1590/S0103-40142004000100017

SILVA, Mário Augusto Medeiros da. A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2000). 2011. 448 f. Tese (Doutorado em Sociologia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, 2011. Disponível em: http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/280297. Acesso em: 27 set. 2020.

SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: culturas e identidades no movimento hip-hop. 2009. 219 f. Tese (Doutorado em Línguística Aplicada) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 2009.

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro: as vicissitudes do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal, 1983.

##submission.downloads##

Publicado

2020-11-30

Versiones

Cómo citar

SANTOS, E. F. DOS. “O Fuzzil aqui não mata, recita poesia”:: Processos de identificação a partir da poesia de Fuzzil. Fractal: Revista de Psicologia, v. 32, n. 3, p. 262-268, 30 nov. 2020.

Número

Sección

Artículos