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“This Fuzzil does not kill, he recites poetry”

identification processes from Fuzzil poetry

Authors

  • Elisabete Figueroa dos Santos Centro Universitário Central Paulista, São Carlos, SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22409/1984-0292/v32i3/5719

Keywords:

Fuzzil, poetry, black identity, peripheral literature

Abstract

This article aimed to analyze the literature of the poet Fuzzil, in order to identify in his texts representations that announce his identity moments. Therefore, we analyze excerpts of his three works “Um presente para o Gueto” (2007), “Caturra” (2010) and “Céu de Agosto” (2013) and an interview with the author. We verified that when the poet is asked by the poetic and Black wiles of peripherals recitals and Black authors and reciters, he is called to explore possibilities for his joints as a writer and reciter previously only timidly exploited. It appears, thus, to Fuzzil, the processing of punishing realities into poetry, through new meanings, as active ways to locate him as a producer of himself, to be located as a subject and subvert the public and policy invisibility position - and, why not, poetic? - socially imposed on its predecessors and on many pairs of his time.

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Author Biography

Elisabete Figueroa dos Santos, Centro Universitário Central Paulista, São Carlos, SP, Brasil

Este artigo teve por objetivo analisar a literatura do poeta Fuzzil, de modo a identificar em seus textos representações acerca de seus momentos identitários. Para tanto, analisamos trechos de suas três obras, “Um presente para o gueto” (2007), “Caturra” (2012) e “Céu de Agosto” (2013), bem como uma entrevista com o autor. Verificou-se que à medida que o poeta é interpelado pelas artimanhas poéticas e negras de recitais periféricos e de autores e versadores negros, é também convocado a explorar possibilidades para suas articulações enquanto escritor e versador antes apenas timidamente tangenciadas. Constata-se, assim, em Fuzzil, a transformação de realidades massacrantes em poesia, por meio de novos significados, como formas ativas de localizar-se como produtor de si, de localizar-se como sujeito e de subverter a posição de invisibilidade pública e política – e, por que não, poética? – socialmente imposta aos seus antecessores e a muitos pares de sua época.

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Published

2020-11-30

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How to Cite

SANTOS, E. F. DOS. “This Fuzzil does not kill, he recites poetry”: identification processes from Fuzzil poetry. Fractal: Journal of Psychology, v. 32, n. 3, p. 262-268, 30 Nov. 2020.

Issue

Section

Articles