O mais inquietante de todos os hóspedes: como o diagnóstico nietzschiano do niilismo nos ajuda a combater a força reativa do fascismo

Autores

  • Pedro Duarte Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)
  • Ronaldo Pelli Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

DOI:

https://doi.org/10.22409/rep.v14i28.60841

Resumo

A relação entre niilismo e fascismo tem sido explorada, direta e indiretamente, por historiadores, politólogos e filósofos, entre outros, na literatura acadêmica. Raramente contudo essa associação deu mais enfoque ao niilismo, principalmente a como essa noção é entendida pelo filósofo Friedrich Nietzsche, um dos nomes mais associados ao tema. Nesse sentido, este artigo propõe uma leitura sobre a contribuição nietzschiana para o enfrentamento do fascismo, a partir das formas como o pensador alemão interpretou o niilismo, sejam elas o niilismo negativo, o niilismo reativo ou o niilismo passivo. Para tanto, vai se utilizar principalmente do fragmento conhecido como Lenzerheide, visto como um texto privilegiado para se entender o tema, e do tipo de sistematização da produção intelectual nietzschiana feita pelo pensador francês Gilles Deleuze, que, além de criar as categorias de niilismo empregadas aqui, também, junto ao psicanalista Félix Guattari, seu conterrâneo, afirmou que “[e]xiste, no fascismo, um niilismo realizado” – frase que serve de paradigma desta produção.

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Biografia do Autor

Pedro Duarte, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Professor-Doutor da PUC-Rio, onde atua nos Programas de Pós-graduação de Filosofia e de História, na Graduação de Filosofia e nas Especializações em Arte e Filosofia (Filosofia) e em Escritas Performáticas (Letras). Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e Pesquisador do Programa Jovem Cientista do Nosso Estado da Faperj. Ocupou, no Pós-doutorado, a Cátedra Fulbright de Estudos Brasileiros na Universidade Emory (EUA, 2020). Foi Professor Visitante na Universidade Södertörns (Suécia, 2012) e Pesquisador Visitante na Universidade Brown (EUA, 2004/2006). É autor dos livros "O ensaio como narrativa" (Oca, 2021 - Portugal); "A pandemia e o exílio do mundo" (Bazar do Tempo, 2020); "Tropicália" (Cobogó, 2018); "A palavra modernista: vanguarda e manifesto" (Casa da Palavra, 2014); e "Estio do tempo: Romantismo e estética moderna" (Zahar, 2011). Organizou o livro "Objeto não identificado: Caetano Veloso - 80 anos" (Bazar do Tempo, 2022). Tradutor dos livros "Pensar sem corrimão" e "Liberdade para ser livre", de Hannah Arendt (Bazar do Tempo, 2021 e 2018). Co-autor, roteirista e curador da série de TV "Alegorias do Brasil", junto com o diretor Murilo Salles (Canal Curta!, 2018). Curador, junto com a escritora Tatiana Salem Levy, da Seção "Arte, Autonomia e Política" da Revista Pessoa (https://www.revistapessoa.com). Editor da revista "O que nos faz pensar", do Departamento de Filosofia da PUC-Rio. Líder do Grupo de Pesquisa no CNPq sobre "Arte, Autonomia e Política", do qual é Coordenador no Programa Institucional de Internacionalização da Capes (PRINT), incluindo aí parceria institucional entre a PUC-Rio e a Universidade nova de Lisboa. Ex-Coordenador e atual membro do Grupo de Trabalho em Estética da ANPOF. Membro da Sociedade Portuguesa de Filosofia (SPF), da Brazilian Studies Association (BRASA) e da Associação Brasileira de Estética (ABRE). Ênfase de pesquisa em Estética, Filosofia Contemporânea, Cultura Brasileira e História da Filosofia.

Ronaldo Pelli, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Doutorando em filosofia contemporânea pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, com bolsa Faperj nota 10. Possui Mestrado em filosofia contemporânea pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2016), graduação em Relações Públicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (2003), em Jornalismo - Faculdades Integradas Hélio Alonso (2006) e pós-graduação em Arte e Filosofia pela PUC-Rio (2010), além de ter feito cursos livres sobre literatura, arte, estética e filosofia nas Universidades de Oxford e de Londres (2012). Tem experiência trabalhando como jornalista e como roteirista para audiovisual.

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Publicado

2024-02-06

Edição

Seção

Artigos