Entrevista com Eugênia Augusta Gonzaga
DOI:
https://doi.org/10.22409/ea8gvx13Resumo
Conversei com Eugenia Gonzaga em abril de 2019, na cidade de São Paulo, em seu gabinete, onde fui recebida em um dos edifícios do Ministério Público Federal, em um dia lindo de sol e tempo bom em São Paulo. No que cheguei à cidade, fui direto do aeroporto de Congonhas até a Martins Fontes por ocasião do lançamento do livro Walther Moreira Salles: O banqueiro-embaixador e a construção do Brasil, de autoria de Luis Nassif, a convite de Eugenia, onde tive minhas primeiras impressões com a minha entrevistada. Ao encontrá-la, de forma muito calorosa, fui apresentada por Eugenia ao seu filho, o Vini, fotógrafo do evento. Foi um encontro bem distinto de todos que já experimentei em campo de pesquisa e que trago comigo até hoje. Desde lá, Eugenia permanece sendo uma presença paulistana em minha trajetória, mesmo longe, nos mantemos conectadas de algum modo. O contexto, naquela época, era dos primeiros meses do governo de Jair Bolsonaro ocupando a Presidência da República com todas as perspectivas de mudanças e sucateamento da agenda sobre Justiça de Transição e de políticas de direitos humanos no país. Eugenia, naqueles primeiros meses de governo, chegou a compartilhar o temor de uma interrupção dos trabalhos no tema e as probabilidades reduzidas de sua permanência na Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos. O que meses depois acabou se confirmando com sua exoneração em agosto do mesmo ano. Esse encontro era muito desejado e foi fundamental para uma leitura mais sensível sobre as inovações judiciais que foram operacionalizadas no campo da persecução criminal das violações aos direitos humanos praticadas no período da ditadura militar no país. Mudou minha maneira de refletir sobre meu objeto de pesquisa de doutorado de modo a me permitir dimensionar e situar melhor o fenômeno que eu estava observando, entender as inquietações que envolveram o início dessa inovação jurídica e judicial no Brasil. Foi muito importante para compor a minha tese de doutoramento defendida em 2021 pelo PPGCP/UFF intitulada “A Justiça de Transição e os Direitos Humanos: A Persecução Judicial pelo Ministério Público Federal dos Crimes Praticados no Período da Ditadura Militar.” Convido e compartilho com a comunidade acadêmica o mesmo exercício que tive a oportunidade de experimentar.
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