MULHERES E EXTENSÃO RURAL: UM CONSERVADORISMO SILENCIOSO

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DOI:

https://doi.org/10.22409/tn.v22i49.63142

Resumo

Esse artigo apresenta uma análise bibliográfico-documental sobre as ações com mulheres na extensão rural brasileira, por meio de uma síntese histórica. Foi possível perceber três elementos centrais que marcam essas ações: a incoerência do discurso da invisibilidade do trabalho feminino, a ausência do gênero enquanto categoria analítica e a centralidade nociva do produtivismo. Assim, reforçam que a extensão rural ainda concentra seus esforços no trabalho com mulheres, tendo referência nas práticas conservadoras do passado, encontrando no empoderamento e na geração de renda instrumentais neutros adequados para perpetuar uma abordagem individualista e micro. 

Palavra-chave: Mulheres; Extensão Rural; Políticas públicas; Campo. 

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Biografia do Autor

José Carlos do Amaral Júnior, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná

Doutor em Memória: Linguagem e Sociedade pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) - Brasil. Profissional de Extensão Rural do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná IAPAR-EMATER (IDR-Paraná) - Brasil. 

 

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Publicado

2024-12-05

Como Citar

Amaral Júnior, J. C. do . (2024). MULHERES E EXTENSÃO RURAL: UM CONSERVADORISMO SILENCIOSO. Revista Trabalho Necessário, 22(49), 01-19. https://doi.org/10.22409/tn.v22i49.63142

Edição

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