A OFENSIVA ANTI-GÊNERO NA SOCIEDADE BRASILEIRA
##plugins.pubIds.doi.readerDisplayName##:
https://doi.org/10.22409/tn.v19i38.45703Mots-clés:
Ideologia de gênero, Relações sociais de sexo, Divisão sexual do trabalhoRésumé
O artigo objetiva compreender a gênese e difusão da ideologia de gênero e sua repercussão na sociedade brasileira. O termo busca naturalizar as questões de gênero e ideologizá-las, evitando que sejam enfrentadas a partir dos estudos científicos da área. Apoiamo-nos no marxismo e nas teorias que dele partem para analisar as relações sociais de sexo/gênero, e na epistemologia feminista que questiona o masculino dito universal na produção da ciência. Observamos que a disseminação do discurso sobre a ideologia de gênero resulta em ofensivas anti-gênero em diversos países, incluindo o Brasil.
Palavra-chave: Ideologia de Gênero; Gênero; Relações Sociais de Sexo; Divisão Sexual do Trabalho.
##plugins.generic.usageStats.downloads##
Références
ARRUZZA, C. Ligações perigosas: casamentos e divórcios entre marxismo e feminismo. São Paulo: Usina Editorial, 2019.
ARRUZZA, C. Rumo a uma “União queer” de marxismo e feminismo? Lutas Sociais, São Paulo, n. 27, p. 159-171, 2º sem. 2011.
BLAY, E. Trabalho domesticado: a mulher na indústria paulista. São Paulo: Editora Ática, 1978.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Frente Parlamentar Evangélica do Congresso Nacional. 17 abr. 2019. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/internet/deputado/frenteDetalhe.asp?id=54010>. Acesso em 12 dez. 2019.
CARREIRA, D. et al. Gênero e educação: fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais. São Paulo: Ação Educativa, Cladem, Ecos, Geledés, Fundação Carlos Chagas, 2016.
CASIMIRO, F. A Nova Direita: Aparelhos de Ação Política e Ideológica no Brasil Contemporâneo. São Paulo: Expressão Popular, 2018.
CERQUEIRA, D.; BUENO, S. (Coord.). Atlas da Violência 2020: principais resultados. Rio de Janeiro: Ipea, Diest, FBSB. Disponível em: <https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/download/27/atlas-da-violencia-2020-principais-resultados>. Acesso em: 31 ago. 2020.
DELPHY, C. O inimigo principal: a economia política do patriarcado. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 17. Brasília, maio/ago. 2015, p. 99-119.
FEDERICI, S. O ponto zero da revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Editora Elefante, 2019.
FREIRE, P. ‘Ideologia de gênero’ e a política de educação no Brasil: exclusão e manipulação de um discurso heteronormativo. ex æquo, n. 37, p. 33-46, 2018.
GUILBERT, M.; ISAMBERT-JAMATI, V. A distribuição por sexo. In: FRIEDMANN, G.; NAVILLE, P. (Orgs.). Tratado de Sociologia do Trabalho. Volume 1. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 304-323
HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 07-41, 1995.
HARDING, S. “Existe un método feminista?” In: Bartra, E. (org.) Debates en torno a una metodología feminista. Segunda edición. México: UAM, 2002. pp. 9-34.
HARTMANN, H. The unhappy marriage of Marxism and Feminism: towards a more progressive union, Capital & Class, vol. 8, 1979, p.1-33.
HIRATA, H. Gênero, classe e raça: interseccionalidade e consubstancialidade das relações sociais, Tempo Social, revista de sociologia da USP, v. 26, n. 1, jun./2014, p. 61-74.
HIRATA, H. Pesquisas sociológicas sobre as relações de gênero na França. In: DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA – ÁREA DE PÓS-GRADUAÇÃO; NÚCLEO DE ESTUDOS DA MULHER E RELAÇÕES SOCIAIS DE GÊNERO. Relações sociais de gênero e relações de sexo. São Paulo: CODAC-USP, 1989, p. 88-100.
_____.; KERGOAT, D. A classe operária tem dois sexos, Estudos Feministas, n. 1, 1º semestre 1994, p. 93-100.
_____. Os paradigmas sociológicos à luz das categorias de sexo: qual a renovação da epistemologia do trabalho? In: BAÇAL, S. (Org). Trabalho, educação, empregabilidade e gênero. Manaus: EDUA, 2009, p. 173-189.
INSTITUTO MILLENIUM. Universidade da Pensilvânia divulga ranking dos maiores think tanks. Exame, Blog Instituto Millenium, 5 fev. 2019. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/blog/instituto-millenium/universidade-da-pensilvania-divulga-ranking-dos-maiores-think-tanks/>. Acesso em: 18 ago. 2019.
JUNQUEIRA, R. “Ideologia de gênero”: a gênese de uma categoria política reacionária – ou: a promoção dos direitos humanos se tornou uma “ameaça à família natural”? In: RIBEIRO, P.; MAGALHÃES, J. (Org.). Debates contemporâneos sobre educação para a sexualidade. Rio Grande: Ed. da FURG, 2017, p. 25-52.
KERGOAT, D. Dinâmica e consubstancialidade das relações sociais. Novos estudos, CEBRAP, 86, março 2010, pp. 93-103.
_____. Divisão sexual do trabalho e relações sociais de sexo. In: HIRATA, H. et al (Orgs.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: EDUNESP, 2009, p. 67-75
LOWY, I. Ciências e gênero. In: HIRATA, H. et al (Orgs.). Dicionário Crítico do Feminismo. São Paulo: EDUNESP, 2009, p. 40-44
LUNA, N. A criminalização da “ideologia de gênero”: uma análise do debate sobre diversidade sexual na Câmara dos Deputados em 2015. Cadernos Pagu, Campinas, n. 50, p. 1-46, 2017.
MACHADO, M. O discurso cristão sobre a “ideologia de gênero”. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 26, n. 2, p. 1-18, 2018.
_____. Política e religião: a participação dos evangélicos nas eleições. Rio de Janeiro, Editora FGV, 2006.
MATHIEU, N. Notes toward a sociological definition of sex categories, International Journal of Sociology, v. 5, n. 4, Women and Work (Winter, 1975/1976), p. 14-38.
MIGUEL, L. Da “doutrinação marxista” à "ideologia de gênero" – Escola Sem Partido e as leis da mordaça no parlamento brasileiro. Direito & Práxis Revista, Rio de Janeiro, v. 7, n. 15, p. 590-621, 2016.
MISKOLCI, R.; CAMPANA, M. “Ideologia de gênero”: notas para a genealogia de um pânico moral contemporâneo. Revista Sociedade e Estado, v. 32, n. 3, p. 725-747, set./dez. 2017.
NAGIB, M. Escola Sem Partido – Quem somos. [s/d]. Disponível em: <http://www.escolasempartido.org/quem-somos>. Acesso em: 17 ago. 2017.
NOYÉ, S. Por um feminismo materialista e queer. Crítica Marxista, Campinas, n. 48, 2019.
OBSERVATÓRIO INTERAMERICANO DE BIOPOLÍTICA. Quem somos. [s/d]. Disponível em: <http://biopolitica.com.br/index.php/quem-somos>. Acesso em: 07 set. 2018.
_____. Você já ouviu falar sobre a ideologia de gênero? 2015. Disponível em: <https://web.archive.org/web/20171215084032/http://biopolitica.com.br:80/images/CARTILHA-ContraIdeologiaDeGenero-2015.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2019.
O’LEARY, D. The Gender-Agenda: redefining equality. Lafayette: Vital Issues, 1997.
OLIVEIRA, D. A. et al. Por um Plano Nacional de Educação (2011-2020) como política de Estado. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, ANPEd, v.16, n.47, maio/ago. 2011, p.483-492.
PERONI, V.; CAETANO, M.; LIMA, P. Reformas educacionais de hoje: as implicações para a democracia. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 11, n. 21, p. 415-432, jul./dez. 2017.
REIS, T.; EGGERT, E. Ideologia de gênero: uma falácia construída sobre os planos de educação brasileiros. Educação & Sociedade, Campinas, v. 38, n. 138, p. 9-26, jan-mar. 2017.
ROSADO-NUNES, M. A “ideologia de gênero” na discussão do PNE: a intervenção da hierarquia católica. Horizonte, Belo Horizonte, v. 13, n. 39, p. 1237-1260, jul./set. 2015.
SAFFIOTI, H. A mulher na sociedade de classes: mito e realidade. 1ª ed. São Paulo: Livraria Quatro Artes Editora, 1969.
_____. O segundo sexo à luz das teorias feministas contemporâneas. In: MOTTA, A.; SARDENBERG, C.; GOMES, M. (Org.). Um diálogo com Simone de Beauvoir e outras falas. Salvador: NEIM /UFBA, 2000, p. 15-38.
_____. Primórdios do conceito de gênero. Cadernos Pagu, Campinas, n. 12, p.157-163,1999.
SCALA, J. La ideología del género. O el género como herramienta de poder. Rosario: Ediciones Logos, 2010.
SOBRINHO, W. Brasil registra uma morte por homofobia a cada 16 horas, aponta relatório. São Paulo, UOL, Cotidiano, 20 fev. 2019. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/02/20/brasil-matou-8-mil-lgbt-desde-1963-governo-dificulta-divulgacao-de-dados.htm>. Acesso em 16 dez. 2019.
SOUZA-LOBO, E. A classe operária tem dois sexos: trabalho, dominação e resistência. 1ª edição. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 1991.
VIANNA, C. Políticas de educação, gênero e diversidade sexual: breve história de lutas, danos e resistências. 1 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.
_____.; UNBEHAUM, S. O gênero nas políticas públicas de educação no Brasil: 1988-2002. Cadernos de Pesquisa, v. 34, n. 121, p. 77-104, jan./abr. 2004.
##submission.downloads##
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
Copyright (c) 2021 Revista Trabalho Necessário
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .
DECLARAÇÃO DE DIREITO AUTORAL
Esta Revista é licenciada por Creative Commons (Atribuição 4.0 Internacional).
O processamento e a publicação dos trabalhos não implicam em nenhum tipo de custo para os autores.
Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
DECLARACIÓN DE DERECHO AUTORAL
Esta revista es licenciada por Creative Commons (Atribuición 4.0 Internacional).
Lo procesamiento y la publicación de los trabajos no implica en ninguno tipo de costo para los autores.
Los autores tienen permiso para asumir contratos adicionales separadamente, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar em repositorio institucional o como capítulo de un libro), con reconocimiento de autoria y publicación inicial en esta revista.
DECLARATION OF COPYRIGHT
The Journal is licensed by Creative Commons (Attribution 4.0 International).
Processing and publication of the work do not imply any cost to the authors.
The authors are allowed to take on additional contracts separately, non-exclusive distribution of the version of the paper published in this journal (ex.: publish in institutional repository or as a chapter of a book), with an acknowledgment of its initial publication in this journal.
Termo de Transferência de Direitos Autorais
Como condição para a submissão, os autores devem declarar a autoria do trabalho e concordar com o Termo de Cessão de Direitos Autorais, marcando a caixa de seleção após a leitura das cláusulas.
- Declaro que participei da elaboração do referido artigo / resenhas ou de outros elementos para a composição das seções da Revista TrabalhoNecessário-TN, em parte ou no todo; que não omiti qualquer ligação ou acordo de financiamento entre os autores e instituições ou empresas que possam ter interesses na publicação desse trabalho;
- Declaro tratar-se de texto original, isento de compilação, em parte ou na íntegra, de minha autoria ou de outro(os) autor (es) e que segui(mos) as diretrizes (normas e instruções) para os autores;
- Declaro que o texto não foi enviado a outra revista (impressa ou eletrônica) e não o será enquanto a possibilidade de sua publicação esteja sendo considerada pela Revista Trabalhonecessário;
- Declaro que transfiro os direitos autorais do trabalho especificado para a Revista TrabalhoNecessário, comprometendo-me a não reproduzir o texto, total ou parcialmente, em qualquer meio de divulgação (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), impresso ou eletrônico, sem prévia autorização dessa Revista, com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Declaro que tenho conhecimento que a cessão do texto à Revista TrabalhoNecessário-TN é gratuita e, portanto, não haverá qualquer tipo de remuneração pela sua utilização.