A Branquitude e a Cisgeneridade problematizadas na formação de professoras(es) de Ciências e Biologia: Uma proposta decolonial no estágio supervisionado

Autores

  • Yonier Orozco Marin Doutorando junto ao PPG em Educação Científica e Tecnológica Universidade Federal de Santa Catarina
  • Pâmela Vieira Nunes Mestre em Educação Científica e Tecnológica Universidade Federal de Santa Catarina
  • Suzani Cassiani Professora do PPG em Educação Científica e Tecnológica Universidade Federal de Santa Catarina https://orcid.org/0000-0001-8824-9342

DOI:

https://doi.org/10.22409/resa2020.v0i0.a43025

Resumo

As ações afirmativas propostas no vestibular nas universidades brasileiras e a luta dos movimentos sociais têm acarretado a abertura de muitas discussões até então negligenciadas na formação de professoras(es). A abordagem de questões como a luta antirracista, os feminismos, o preconceito de classe, a luta das e dos trabalhadores, o capacitismo e as dissidências sexuais e de gênero, vem incursionando no ensino de ciências e biologia não só como assuntos novos a serem incluídos, mas também como questionadores dos valores da biologia e suas formas de serem ensinadas, aprendidas e avaliadas. Esses assuntos podem ser agrupados na decolonialidade como um movimento que problematiza as relações de poder, ser e saber constituídas na história e no presente colonial da América Latina. Movimento que anuncia novos caminhos para pensar a justiça social considerando os saberes, epistemologias, corpos e práticas das pessoas desprovidas da sua humanidade pelas relações violentas da colonialidade. Neste trabalho, temos por objetivo analisar as potencialidades de uma oficina realizada no estágio supervisionado do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da UFSC, para problematizar a branquitude e a cisgeneridade, a partir do debate sobre os possíveis diálogos entre ensino de biologia e discursos das dissidências sexuais e de gênero de territórios colonizados. Na oficina abordamos o tema “a história do conceito hormônio” e utilizamos como metodologia a escrita livre coletiva. Analisamos qualitativamente as narrativas tecidas coletivamente entre professoras(es) formadoras(es) e professoras(es) em formação, e os sentidos decoloniais sobre a branquitude e a cisgeneridade mobilizados nesta escrita. Evidenciamos que o diálogo com vozes construídas pelas relações coloniais como periféricas provocam insurgências, transgressões e sentidos de justiça no ensino de ciências e biologia, tensionando o imaginário de universalidade e o lugar de privilégio da branquitude e a cisgeneridade.

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Biografia do Autor

Yonier Orozco Marin, Doutorando junto ao PPG em Educação Científica e Tecnológica Universidade Federal de Santa Catarina

Yonier Alexander Orozco Marin possui licenciatura em biologia pela Universidad Distrital Francisco José de Caldas (2015) Bogotá, Colômbia. Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Acre e doutorando do Programa de PG em Educação Científica Tecnológica, da UFSC. Pesquisador no Grupo de Pesquisa "Biologia, Enseñanza y Realidades" da Universidad Distrital Francisco José de Caldas (Colômbia), do Grupo de pesquisa em ensino de ciências  da UFAC, e do Grupo de pesquisa em Discursos sobre Ciência e Tecnologia da UFSC. Foi intérprete ambiental na Fundación Bioparque La Reserva (Colômbia 2011-2016) e professor de biologia e química no ensino fundamental e médio. Tem experiência na área de Educação, com ênfase na Educação Científica, atuando nos  seguintes temas: Diálogos da decolonialidade, gênero e sexualidade com o ensino de biologia, espaços não-formais de educação, ensino da biodiversidade e a pesquisa escolar como estratégia de ensino.

Pâmela Vieira Nunes, Mestre em Educação Científica e Tecnológica Universidade Federal de Santa Catarina

Pâmela Vieira Nunes está vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas Discursos da Ciência e da Tecnologia na Educação (DICITE). É licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Sua área de investigação envolve estudos discursivos relacionados a educação em ciências, efeitos de colonialidade e pedagogias decoloniais na educação em ciências.

Suzani Cassiani, Professora do PPG em Educação Científica e Tecnológica Universidade Federal de Santa Catarina


Suzani Cassiani professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas Discursos da Ciência e da Tecnologia na Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica.  É licenciada em Ciências Biológicas com Especialização, Mestrado, Doutorado em Educação pela UNICAMP (2000) e Pós Doutorado em Ciências Sociais (Estágio Sênior (2015) na Universidade de Coimbra-Portugal.  É coordenadora do Acordo de Cooperação entre a UFSC e Universidade Nacional de Timor Lorosae. Sua área de investigação envolve estudos discursivos relacionados à formação de professores, efeitos de colonialidade e pedagogias decoloniais na educação em ciências. Faz parte da diretoria da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC), desde 2015. Atualmente é editora assistente da Revista Portuguesa de Educação em Ciências.

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Publicado

2020-06-04

Como Citar

Marin, Y. O., Nunes, P. V., & Cassiani, S. (2020). A Branquitude e a Cisgeneridade problematizadas na formação de professoras(es) de Ciências e Biologia: Uma proposta decolonial no estágio supervisionado. Ensino, Saúde E Ambiente. https://doi.org/10.22409/resa2020.v0i0.a43025