Letras e rimas quilombolas:

educomunicação socioambiental em versos de resistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/resa2021.v14iesp..a50729

Palavras-chave:

emergência climática, educomunicação socioambiental, fenomenologia, Paulo Freire, poética da linguagem

Resumo

Este artigo tem o objetivo de apresentar e discutir parte dos resultados obtidos com a pesquisa intitulada “Fenomenologia transmidiática: cartografando o clima em Mata Cavalo”, integrante da Rede Internacional de Justiça Climática e Educação Ambiental (Reaja), que conta com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat). A metodologia utilizada é de inspiração fenomenológica e participante, com a realização de cartografias e entrevistas como práxis da investigação. Identificamos que o quilombo é local de conflitos fundiários historicamente constituídos e que a localidade sofre os efeitos mais rigorosos da emergência climática, por se tratar de uma população em situação de vulnerabilidade. Ponderamos, portanto, que a educomunicação socioambiental pode se configurar em um arranjo comunicacional nas fronteiras da educação popular de concepção freireana capaz de expor as mazelas de que são vítimas os quilombolas e o orgulho do território onde vivem e estudam.

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Biografia do Autor

Thiago Cury Luiz, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT,

Doutor em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Professor-adjunto do Departamento de Comunicação Social e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Mato Grosso (PPGCOM/UFMT), campus Cuiabá. Membro do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (Gpea) e integrante da Rede Internacional de Pesquisadores em Justiça Climática e Educação Ambiental (Reaja), projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat). Possui Mestrado em Comunicação e Bacharelado em Comunicação Social/Jornalismo, ambos pela Universidade de Marília. Áreas de interesse e atuação: Jornalismo, política, Educomunicação, Emergência Climática, Desinformação.

Michèle Sato, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

Sou graduada em Biologia (São Paulo, 1982), Mestre em Filosofia (Norwich, 1992) e Doutora em Ciências (São Carlos, 1997). Tenho pós-doutorado em educação no Canadá (Montréal, 2007), outro pós-doutorado em educação na Espanha (Coruña, 2014) e realizo o terceiro pós-doutorado na Unirio (Rio de Janeiro, 2021). Sou fundadora do Grupo Pesquisador em Educação Ambiental, Comunicação e Arte (GPEA) do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Coordeno a Rede Internacional de Pesquisas em Educação Ambiental e Justiça Climática (REAJA). Nos últimos anos, minhas pesquisas relacionam-se com Arte-Educação-Climática com literatura, cinema, pintura, arte de rua e arte popular. Sou militante do Fórum de Direitos Humanos e da Terra (FDHT) e dos Observatórios da Educação Ambiental (Brasil e Portugal).

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Publicado

2021-12-14

Como Citar

Luiz, T. C., & Sato, M. (2021). Letras e rimas quilombolas:: educomunicação socioambiental em versos de resistência. Ensino, Saúde E Ambiente, 14(esp.), 487-511. https://doi.org/10.22409/resa2021.v14iesp.a50729