Dialogando com Freire e Foucault
a interdição do corpo na educação e os limites do ensino da linguagem
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2021.v14iesp..a51040Palavras-chave:
Paulo Freire. , Michel Foucault., ensino da linguagem, docilização do corpo., interdição do corpoResumo
Este ensaio tem como objetivo pôr em diálogo a teorização do corpo nos estudos de Michel Foucault e Paulo Freire a fim de obter-se uma maior claridade acerca das relações de poder que estabelecem a língua como um discurso do poder em instituições e mercados linguísticos vinculados à normatividade interditória da criatividade comunicativa humana. A partir desse diálogo, buscamos reconhecer possibilidades para a realização do ensino da língua/gem nas escolas de modo que se possa catalisar o “inédito viável” da tolerância linguística numa sociedade democrática marcada pela desigualdade social extrema, como o Brasil, imaginando condições dentro e fora das escolas para que se pense na inclusão social de corpos e das linguagens que o representam.
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