Carências epistemológicas da temática fome no Currículo Paulista
DOI:
https://doi.org/10.22409/resa2021.v14iesp..a51101Palavras-chave:
Freire., práxis., ensino de ciências., neoliberalismo.Resumo
A fome na contemporaneidade não pode ser compreendida como resultado de um fenômeno natural e inevitável, mas sua gênese se dá em decisões sociais, fazendo parte de um projeto de sociedade pautada pela desigualdade. Portanto, envolve opções políticas para sua superação e, nesse sentido, uma educação dialógica e problematizadora poderá auxiliar na transformação dessas condições desumanizadoras. O currículo, como espaço de construção de significados, pode contribuir para a práxis de conscientização social no que tange a essa questão ou para perpetuar o problema. A educação é um ato político, portanto “o que ensinar” e “para quem” possui uma intencionalidade intrínseca, ligada à reprodução ou transformação da realidade social desigual, além disso não se pode desvincular a teoria da prática, visto que de nada adianta um discurso progressista visando a transformação social rumo à igualdade e justiça, se essa não estiver vinculada a prática. Para tanto, a educação popular freireana está orientada para posicionar-se ao lado dos oprimidos para sua conscientização e emancipação. Para tanto, buscou-se analisar o Currículo Paulista de acordo com três categorias freireanas: politicidade, historicidade e práxis autêntica, no sentido de contribuir para a abordagem da temática fome em uma perspectiva crítica. Utilizou-se a abordagem qualitativa pautada no materialismo histórico-dialético e análise do discurso de Fairclough (2001). Os resultados iniciais indicam que o Currículo Paulista enfatiza atender os interesses neoliberais e uma prática reprodutora e perpetuadora das desigualdades.
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