O que pode uma aula como ato ético, estético e político?
DOI:
https://doi.org/10.22409/rep.v16i30.67115Resumo
Se a democratização do acesso à educação inaugura uma mudança histórica em termos de justiça social, a perpetuação de políticas de verdade, na Academia, constitui uma dívida cognitiva e epistemológica que persiste. O espaço de uma aula acadêmica, como experiência de ensino-aprendizagem vem sendo esvaziado por políticas de produtividade, de burocratização da gestão e pelo avanço das Big Techs e seus interesses. Este artigo tem como objetivo cartografar uma experiência de docência, cujas categorias e noções ressignificaram, para a autora-professora, a importância da aula acadêmica como ato ético, estético e político. Através de uma pesquisa bibliográfica que se apoia nos percursos da filosofia da educação, e de uma filosofia da diferença – uma corrente francesa da filosofia que concebe o mundo como multiplicidade, e repensa os conceitos metafísicos relativos ao indivíduo, problematizando noções como essência, identidade -, a proposta em questão é enunciar quatro experiências-inspirações que podem inspirar a potência de uma aula acadêmica: o encontro com o pensamento inspirador de Gilles Deleuze; a instauração das Rodas de Conversa como princípio relacional; a proposição de um Diário de Bordo, como criação escriturística; a experiência da aula como skolé (Masschelein e Simons 2014). Nesta experiência de aula, a ideia central é que os estudantes possam ter a oportunidade de se debruçarem, coletivamente, e em diálogo, de uma forma não prevista, sobre o inacabamento do mundo, produzindo, quiçá, uma ética e uma estética política: a de nos esculpirmos como obra de arte, ao escolhermos mundos mais inclusivos e alteritários, que respeitem todas as muitas e distintas formas de vida.
Palavras-chave: Aula, Gilles Deleuze, Rodas de Conversa, Diário de Bordo, Skolé
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