O positivismo como cultura

Autores

  • Vera Malaguti Batista Faculdade de Direito/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Instituto Carioca de Criminologia

DOI:

https://doi.org/10.15175/1984-2503-20168205

Palavras-chave:

Positivismo, discurso médico, determinismo biológico, criminalização

Resumo

O artigo enfoca o positivismo na conjuntura de implantação da República brasileira, na virada para o século XX, destacando o discurso médico que impôs uma patologização dos africanos, dos afro-brasileiros e dos indígenas. Este discurso, gestado no século XVIII se robusteceu no XIX, permitindo que na virada para o XX o ex-escravo fosse transformado de objeto de trabalho em objeto da ciência (Nina Rodrigues, Roberto Lyra). O positivismo coroa o abolicionismo, intermediado por um processo de defesa do branqueamento da população brasileira. Gestado na longa duração, ele se nutriu dos dispositivos de objetificação e verticalização e da atualização classificatória da Encyclopédie, para um determinismo biológico que se espraiou das ciências físicas para as sociais, sem se desprender da teologia. Esse saber foi funcional à conquista europeia, substituindo argumentos teológicos por científicos na legitimação da dominação do mundo colonial.

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Biografia do Autor

Vera Malaguti Batista, Faculdade de Direito/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro/Instituto Carioca de Criminologia

Bacharel em Ciências Políticas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1981); Licenciada em Sociologia com ênfase em Metodologia pela Universidad Nacional Autónoma de Heredia (1980); Mestre em História Social pela Universidade Federal Fluminense (1997); Doutora (2003) e Pós-Doutora (2009) em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social (IMS) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro; Pesquisadora do Grupo Épos - Genealogia, Subjetivações e Violências (IMS/UERJ); Professora Adjunta de Criminologia da Faculdade de Direito da UERJ; Professora Convidada do Curso de Pós-Graduação em Criminologia e Direito Penal do Instituto Superior do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro; Professora Convidada do Curso de Pós-Graduação em Criminologia do IBCCRIM/SP; ex-membro do Instituto Latino Americano das Nações Unidas Para a Prevenção do Delito (ILANUD); ex-Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito da UFF; ex-Professora de Criminologia do Programa de Mestrado em Direito da Universidade Cândido Mendes-Centro; Secretária-Geral do Instituto Carioca de Criminologia e Diretora da Revista Discursos Sediciosos - Crime, Direito e Sociedade.

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Publicado

2016-05-28

Como Citar

Batista, V. M. (2016). O positivismo como cultura. Passagens: Revista Internacional De História Política E Cultura Jurídica, 8(2), 293-307. https://doi.org/10.15175/1984-2503-20168205