PODE A ESCOLA ENSINAR A GOSTAR DOS CLÁSSICOS? ENSINO DE LITERATURA E ONTOLOGIA MATERIALISTA

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DOI:

https://doi.org/10.22409/tn.v22i49.62934

Resumo

Problematizando a concepção de gosto como inexplicável e intangível, apresenta-se a possibilidade de o prazer pela leitura dos clássicos ser moldada pelo trabalho docente. Colocando a oposição entre “sabor” e “saber” como produto da dinâmica de alienação, aposta-se na dimensão prazerosa dos clássicos realistas, porque vinculados à vida humana concreta. Tais reflexões foram realizadas à luz da ontologia materialista de Marx e da estética de György Lukács, e revelaram-se contraditórias para com os postulados não-diretivos do “Aprender a aprender”, típico do neoliberalismo.

Palavra-chave: Estética Marxista; Gosto literário; Leitura literária; Prazer estético; Realismo.



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Biografia do Autor

João Pedro Nardy, Universidade Estadual Paulista

Doutorando em Educação Escolar pela Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (FCLAr/Unesp) - Brasil. Professor de Língua Portuguesa da rede pública estadual de São Paulo (SEE-SP) desde 2015.

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Publicado

2024-12-05

Como Citar

Nardy, J. P. (2024). PODE A ESCOLA ENSINAR A GOSTAR DOS CLÁSSICOS? ENSINO DE LITERATURA E ONTOLOGIA MATERIALISTA. Revista Trabalho Necessário, 22(49), 01-22. https://doi.org/10.22409/tn.v22i49.62934

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