PODE A ESCOLA ENSINAR A GOSTAR DOS CLÁSSICOS? ENSINO DE LITERATURA E ONTOLOGIA MATERIALISTA
DOI:
https://doi.org/10.22409/tn.v22i49.62934Resumo
Problematizando a concepção de gosto como inexplicável e intangível, apresenta-se a possibilidade de o prazer pela leitura dos clássicos ser moldada pelo trabalho docente. Colocando a oposição entre “sabor” e “saber” como produto da dinâmica de alienação, aposta-se na dimensão prazerosa dos clássicos realistas, porque vinculados à vida humana concreta. Tais reflexões foram realizadas à luz da ontologia materialista de Marx e da estética de György Lukács, e revelaram-se contraditórias para com os postulados não-diretivos do “Aprender a aprender”, típico do neoliberalismo.
Palavra-chave: Estética Marxista; Gosto literário; Leitura literária; Prazer estético; Realismo.
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