A LEI ENQUANTO UM ARTEFATO TECNOLÓGICO NA DISCUSSÃO SOBRE A EDUCAÇÃO

Auteurs

##plugins.pubIds.doi.readerDisplayName##:

https://doi.org/10.22409/tn.v22i48.62228

Résumé

O trabalho discute sobre a apropriação dos fundos públicos na educação pública no Brasil e o protagonismo das grandes corporações privadas nesse âmbito. É um recorte da dissertação defendida junto à Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em 2023 e a ideia central é a Lei como um artefato tecnológico e seus propósitos moldados por teleologias pré-estabelecidas, refletindo disputas de poder de uma sociedade e período. Agrega à Teoria dos Artefatos na Ciência Jurídica e sua hermenêutica. A lei é analisada à luz das dimensões de CTS, através da análise crítica da Lei 14.533/2023, sobre a política para a educação digital no país.

Palavra-chave: Lei; Artefato Tecnológico; Não Neutralidade; CTS.

 

##plugins.generic.usageStats.downloads##

##plugins.generic.usageStats.noStats##

Bibliographies de l'auteur

Melissa Bertolini, Universidade Federal do Paraná

Advogada, graduanda em Letras Italiano, pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Brasil, em Mobilidade Acadêmica junto à Università degli Studi di Perugia (UNIPG), Itália e Mestra em Ciência, Tecnologia e Sociedade pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (PPGTE/UTFPR), Brasil. 

Francis Kanashiro Meneghetti, Universidade Federal do Paraná

Administrador e Mestre pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Brasil. Doutor em Educação pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Estágio Pós-Doutoral em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Brasil. Professor EBTT da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Brasil, vinculado do Departamento Acadêmico de Gestão e Economia e aos Programas de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade (PPGTE) e de Pós-Graduação em Administração (PPGA). Membro fundador e pesquisador do Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas Sociais (IBEPES). Presidente da Sociedade Brasileira de Estudos Organizacionais (2012-2013).

Références

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). Plano Plurianual 1996-1999. Brasília: Câmara Legislativa, 1995.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27833.

BRASIL. Ministério da Educação. Base nacional comum curricular. Brasília: MEC, 2015.

BRASIL. Governo digital. Estratégia do governo digital 2020-2022, 2020.

BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC. Estratégia Brasileira para a transformação digital. Brasília: 2022a. 108 p.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Projeto de Lei nº 4.513 de 09 de setembro de 2020. Institui a Política Nacional de Educação Digital e insere dispositivos no art. 4º da Lei nº 9.394, de 1996, de diretrizes e bases da educação nacional.

BRASIL. Lei Federal nº 14.533 de 11 de janeiro de 2023. Institui a Política Nacional de Educação Digital e altera as Leis nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), 9.448, de 14 de março de 1997, 10.260, de 12 de julho de 2001, e 10.753, de 30 de outubro de 2003.

ALEXY, R. La institucionalización de la justicia. Traducción de José A. Seone; Eduardo R. Sodero; Pablo Rodríguez; Alfonso Ballesteros. 3 ed. Granada: Editorial Camares, 2016.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. 1977.

BAUMAN, Z; LYON, D. Vigilância líquida. Editora Zahar, 2013.

BAZZO, W. A.; PEREIRA, L. T. V.; LINSINGEN, I. V. Educação Tecnológica: enfoques para o ensino de engenharia. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2016.

BITTAR, E. C. B. Introdução do estudo do direito: humanismo, democracia e justiça. 3 ed. São Paulo: SaraivaJur. 2022.

BRUCE, B. C. Technology as Social Practice. Educational Foundations, v. 10, n. 4, 51-58. 2002.

BURAZIN, L. Practical Concepts of Law as an Artifact Kind, 2015.

BURAZIN, L. Can There Be an Artifact Theory of Law? Ratio Juris, v. 29, n. 3, 2016.

BURAZIN, L. et al. Law as an Artifact. 2018.

CABRAL NETO, A. C.; CASTRO, A. M. D. A. A expansão da pós- graduação em cenários de globalização: recortes da situação brasileira. Revista Inter Ação, Goiânia, v. 38, n. 2, 2013.

CANDAU, V. M. F. Educación Intercultural Crítica: construyendo caminos. In: WALSH, C. (ed). Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. Tomo I, Ediciones Abya-Yala, Quito, 2013, pp. 145-161.

COULANGES, F. A cidade antiga. Martins Fontes. São Paulo. 2004.

CUPANI, A. Filosofia da tecnologia: um convite. Florianópolis: ed da UFSC, 2017.

DAGNINO, R.; THOMAS, H. La politica cientifica y tecnológica en América Latina. Redes, v. 12, n. 6, p. 49-74, 1999.

DICELIS, R. R. O. Manifestaciones del derecho en la cotidianidad em uma escuela pública bogotana, uma mirada desde la Antropología Jurídica. 2015.

DINIZ, M. H. Compêndio de introdução à ciência do direito. 16. ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

DINIZ, M. H. Compêndio de introdução à ciência do direito: introdução à Teoria Geral do Direito, à filosofia do direito, à sociologia jurídica, à norma jurídica e a aplicação do direito. 28.ed. São Paulo: SaraivaJur, 2023.

DIPERT, R. Artifacts, Art Works and Agency. Temple University Press, 1993.

EDGERTON, D. From innovation to use: ten ecletic theses on the history of technology. History and Technology, v. 16, 1999, p. 1-26.

ELLUL, J. The technological society. New York: Vintage Books, 1964. Trad. De La technique ou l’enjeu du siècle, 1964.

EHRENBERG, K. M. Functions of Law. Oxford University Press, New York, 2016.

EHRENBERG, K. M. Law is an Institution, an Artifact and a Practice. 2018.

ENGESTRÖM, Y. Activity Theory and Individual and Social Transformation. In: ENGESTRÖM, Y. et al. (ed.) Perspectives on Activity Theory. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. p.19-38.

FARIA, J. H.; MENEGHETTI, F. K. Gênese e estruturação da organização burocrática na obra de Maurício Tragtenberg. Gestão e Sociedade, v. 3, n. 6, p. 167-203, 2009.

FEENBERG, A. Transforming technology: a critical theory revisited. Oxford: Oxford University Press, 2002. (Ed. revisada de Critical theory of technology, 1991).

FEENBERG, A. Entre a razão e a experiência: ensaios sobre tecnologia e modernidade. Tradução: E. Beira, C. Cruz e R. Neder. Vila Nova de Gaia: Inovatec, 2019a (2010).

FEENBERG, A. Tecnossistema: a vida social da razão. Tradução: E. Beira e C. Cruz. Vila Nova de Gaia: Inovatec, 2019b (2017).

FERNANDES, F. O desafio educacional. São Paulo: Cortez, 1989.

FERRAZ JUNIOR, Tercio Sampaio. Introdução ao estudo do direito: técnica, decisão, dominação. São Paulo. Atlas. 2023.

FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy. A escola como organização aprendente. Porto Alegre: Artmed, 2000.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 2022.

FINNIS, J. ‘Natural Law and Legal Reasoning’. In: GEROGE, R. P. Natural Law Theory: Contemporary Essays. Oxford: Oxford University Press, 1992.

FINNIS, J. Law and What I Truly Should Decide. The American Journal of Jurisprudence, v. 48, 2003, pp. 107-108.

FRANSSEN, M.; GERT-JAN, L.; IBO VAN, P. “Philosophy of Technology”. The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Fall 2018 Edition), 2018.

GARDNER, J. The Legality of Law. Ratio Juris, v. 17, n. 2, 2004.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. 1978.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989.

GUSTON, D. Between politics and science. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.

HEIDEGGER, M. Todos nós… ninguém. Em enfoque fenomenológico do social. Trad. Dulce Mara Critelli. São Paulo, Moraes, 1981.

HILPINEN, R. “Artifacts and Works of Art”, Theoria, v.58, n.1, 1992.

HILPINEN, R. “Artifact”. The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Winter 2011 Edition), 2011.

LIB NIO, José Carlos. Políticas educacionais no Brasil: desfiguramento da escola e do conhecimento escolar. In: Cadernos de Pesquisa, v. 46 n. 159 p. 38-62, jan/mar. 2016.

HOUKES, W.; VERMAAS, P. Technical functions. On the use and design of artefacts. Dordrecht: Springer Netherlands, 2010.

HUI, Y. Tecnodiversidade. Traduzido por Humberto do Amaral. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

LLOYD, D. A idéia de lei. Martins Editora, 2017.

JACINSKI, E.; LINSINGEN, I. V.; CORRÊA, R. F. Cidadania Sociotécnica, Tecnologia Social e Educação CTS. In: CASSIANI, S.; LINSINGEN, I. (Orgs.). Resistir, (re)existir e (re)inventar a educação científica e tecnológica. Florianópolis: UFSC/CED/NUP, 2019.

KROES, P. Technical Artefacts: Creations of Mind and Matter. A Philosophy of Engineering Design. SpringerLink Bücher, vol. 6. Dordrecht: Springer Netherlands. 2012.

KROES, P.; VERBEEK, P. P. (Eds.). The Moral Status of Technical Artefacts (Vol. 17). Dordrecht: Springer Netherlands. 2014.

KUHLMAN, S. Governance of innovation policy in Europe: three scenarios. Research Policy, v. 30, n.6, p.953-76, 2001.

LAREDO, P.; MUSTAR, P. Research and innovation policies in the new global economy: an international comparative analysis. Chelteham: Edward Elgar, 2001.

LAVAL, C. A escola não é uma empresa: o neoliberalismo em ataque ao ensino público. Boitempo editorial, 2019.

LEITER, B. ‘The Demarcation Problem in Jurisprudence: A New Case for Skepticism’. In: BELTRÁN, J. F. et al. (eds.), Neutrality and Theory of Law (Dordrecht: Springer, 2013) 161, 164.

LOPES, A. C. e MACEDO, E. Disciplinas e Integração Curricular. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

MALIN, A. M. B. Interessados e interesses no regime de acesso à informação pública no Brasil. Coleção Estudos da Informação, v. 3, p. 1-13, 2013.

MARMOR, A. Law, Fiction, and Reality. In: Law as an Artifact. 2018.

MARTINS, Erika Moreira; KRAWCZYK, Nora Rut. Estratégias e incidência empresarial na atual política educacional brasileira: O caso do movimento ‘Todos Pela Educação’. Revista Portuguesa de Educação, v. 31, n. 1, p. 4-20, 2018.

MITCHAM, C. Thinking through tecnology: the path between engineering and philosophy. Chicago: the University of Chicago Press, 1994.

MÜLLER, F. Methodik, Theorie, Linguistik des Rechts. Berlim: Ducker und Humblot, 1997.

NADER, P. Introdução do estudo do direito. 45 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2023.

NARDI, B. A. "Studying context: A comparison of activity theory, situated action models, and distributed cognition." Context and consciousness: Activity theory and human-computer interaction. 1996.

NĪNO, L. C. P. Consideraciones teórico-metodológicas para el abordagem de la paternidade desde uma perspectiva historiográfica. Revista Angelus Novus. USP – Ano X, n. 15, p. 53-82, 2019.

NOUR, S. O legado de Kant à filosofia do direito. Prisma Jurídico, n. 3, p. 91-103, 2004.

PACHECO, J. A. Competências curriculares: as práticas ocultas nos discursos das reformas. 24a Reunião Anual da ANPED. Caxambu, MG, 2001.

REALE, M. Teoria do Direito e do Estado. São Paulo. Ed. Martins. 1960.

ROCHA NETO, I. Agentes de inovação tecnológica. Conceitos básicos: simulação. Apostila (Semana do Design e da Competitividade). Florianópolis: SEBRAE, out. 1995.

RODRIGUES, M. B. A lei como artefato tecnológico: análise do Projeto de Lei nº 4.513/2020 que institui a educação digital, com foco no letramento digital. 2023. 161f. Dissertação (Mestrado em Ciência, Tecnologia e Sociedade) – UTFPR, Curitiba.

SAREWITZ, D.; PIELKE JR, R. A. The neglected heart of science policy: reconciling supply of and demand for science. Environmental Science & Policy, v. 10, n. 1, p. 5-16, 2007.

SCHAUER, F. Is There a Concept of Law? In: GIZBERT-STUDNICKI, T.; STELMACH, J. (eds.), Law and Legal Cultures in the 21st Century – Diversity and Unity, 23rd IVR World Congress – Plenary Lectures, Wolter Kluwer Polska, Warsaw, 2007, p. 21.

SCHAUER, F. Law as a Malleable Artifact. In: Law as an Artifact. 2018.

SCHAUER, F. On the Nature of the Nature of Law. Archiv fur Rechts - und Sozialphilosophie, v. 98, n. 4, 2012.

SCHIO, S. M.; PEIXOTO, C. O conceito de lei em Hannah Arendt. ethic@-An international Journal for Moral Philosophy, v. 11, n. 3, p. 289-297, 2012.

SILVA, M. A. A percepção da tecnologia por quem ensina tecnologia – o caso da UFPR. Revista de Ensino de Engenharia, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 223-231,2. sem.1986.

SILVA, M. R. Currículo e competências: a formação administrada. São Paulo: Cortez, 2008.

SILVA, M. R. DA. A BNCC da reforma do ensino médio: o resgate de um empoeirado discurso. Educação em revista, v. 34, p. e214130, 2018.

TORRE, Saturnino de la. Innovación educativa. Madrid: Dykinson, 1997.

VARSAVSKY, O. Ciencia, política y cientificismo. CEAL, 1969.

VELHO, L. Conceitos de Ciência e a Política Científica, Tecnológica e de Inovação. Sociologias, Porto Alegre, ano 13, nº 26, jan./abr. 2011, p. 128-153.

VELHO, L. Research capacity building for development: from old to new assumptions. Science, Technology and Society, v.9, n. 2, p.172-207, 2004.

WEBER, M. Ciência e Política: duas vocações. Trad. Jean Melville. São Paulo, Martin Claret.

##submission.downloads##

Publiée

2024-08-08

Numéro

Rubrique

Artigos do Número Temático