EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL: DA FERRAMENTA NEOLIBERAL À NOVA MORFOLOGIA DO TRABALHO DOCENTE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22409/tn.v22i48.62235

Resumo

A pandemia de COVID-19 intensificou o diálogo sobre a interseção entre tecnologia e educação, mas é crucial compreender que esse debate não é exclusivo do momento atual. Ao direcionarmos nosso olhar para a realidade brasileira, torna-se incontestável o notável crescimento da Educação a Distância (EaD) ao longo dos últimos 15 anos. Este ensaio propõe-se a fornecer elementos para reflexão, destacando como a modalidade de ensino a distância não apenas reflete o avanço neoliberal na educação, mas também se configura como um componente essencial na reestruturação produtiva do trabalho docente.

Palavra-chave: Educação a Distância; Neoliberalismo; Trabalho Docente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Filipe Bellinaso, Universidade Estadual Paulista

Doutorando em Educação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP), na Faculdade de Filosofia e Ciências em Marília, dando continuidade em sua pesquisa sobre Educação a Distância no Brasil e a Precarização do Trabalho Docente. Possui mestrado em Educação, e Licenciatura e Bacharelado em Ciências Sociais pela mesma universidade. Atualmente é professor de ensino médio e de ensino superior a distância.

Henrique Tahan Novaes, Universidade Estadual Paulista

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Unesp - Araraquara (2001) e mestrado (2005) e doutorado (2010) em Política Científica e Tecnológica pela Unicamp. Autor dos livros - O fetiche da tecnologia - a experiência das fábricas recuperadas - (Expressão Popular/Fapesp, 2007. E 2010, 2a Edição / Lutas anticapital, 3a edição), Reatando um fio interrompido - a relação universidade-movimentos sociais na América Latina (Expressão Popular-Fapesp, 1a edição, Lutas anticapital, 2a edição; ?Producción destructiva, cooperación agrícola y escuelas de agroecología en Brasil?. (Itaca, 2023) e ?Producción asociada y educación socialista: experiencias sociales y urbanas del Brasil? (Callao, 2022) Pesquisa o Mundo do Trabalho Associado, Escolas de Movimentos Sociais e relação universidade-movimentos sociais. Coordenou o Curso e Aperfeiçoamento Movimentos Sociais e Crises Contemporâneas à luz dos clássicos do Materialismo Crítico (11 Edições) e o curso técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio, com ênfase em agroecologia e agrofloresta (parceria UNESP-Centro Paula Souza-PRONERA-Movimentos Sociais). Membro dos grupos de Pesquisa Instituto Brasileiro de Estudos Contemporâneos (IBEC-São Paulo) e Organizações e Democracia (Unesp-Marília). É Professor Livre Docente da Faculdade de Filosofia e Ciências da Unesp Marília (2022), docente desde fev. de 2011, foi Vice-Coordenador da Pós Graduação em Educação e é Coordenador do Programa de Pós-Graduação em educação desde abril de 2022.

Referências

ANDRADE, D. P. O que é neoliberalismo? A renovação do debate nas ciências sociais. Revista Sociedade e Estado, v. 34, n. 1, p. 211-239, jan./abr. 2019

ANTUNES, R. Trabalho intermitente e uberização do trabalho no limiar da indústria 4.0. In: ANTUNES, Rocardo (Org.). Uberização, Trabalho Digital e Indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020a, p. 11-22.

ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2020b.

BIANCHETTI, R. G. Modelo neoliberal e políticas educacionais. São Paulo: Cortez, 2005.

BELLINASO, F. Educação a distância (Ead) e o trabalho docente: o aumento da precarização. 2020. 116f. Dissertação (Mestre em Educação) - UNESP, Marília.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Censo da Educação Básica 2022: notas estatísticas. Brasília: Inep, 2022.

BRESSER-PEREIRA, L. C. A reforma gerencial do Estado de 1995. Revista de Administração Pública, v. 34, n. 4, p. 7-26, 2000.

CARCANHOLO, R. A; SABADINI, M. S. Capital fictício e lucros fictícios. Revista Soc. Bras. Economia Política, Rio de Janeiro, n. 24, p. 41-65, jun. 2009.

CLARKE, J. Living with/in and without neoliberalism. Focaal, v. 51, n. 1, p. 135-147, 2008.

COSTA, F. L. O. Políticas públicas, expansão do ensino superior privado lucrativo e financeirização do capital no Brasil: o caso da Kroton Educacional S.A. Cadernos De Pesquisa. n. 25, v. 4, p. 33-51, 2018.

DRAIBE, S. M. As políticas sociais e o neoliberalismo: reflexões suscitadas pelas experiências latino-americanas. Revista USP, vol. 17, p. 86-101, 1993.

GALZERANO, L. S. Educação à venda: ação empresarial e financeirização no Brasil. Marília: Lutas Anticapital, 2022.

GRAHAM, M; ANWAR, M. A. Trabalho digital. In: ANTUNES, Ricardo. (Org.) Uberização, Trabalho Digital e Indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020b. p. 47-58.

GORZ, A. Adieux au Prolétariat. Au de-lá du socialisme. Paris: Editions Galilée.1985

HABERMAS, J. Teoria de la acción comunicativa I - Racionalidad de la acción y racionalización social. Madri: Taurus, 1987.

HILGERS, M. The historicity of the neoliberal state. Social Anthropology, v. 20, n. 1, 2012.

MACHADO, J. Fies puxa lucro da Kroton, que triplica no quarto trimestre. Valor Econômico, São Paulo, 22 de março de 2017. Empresas. Disponível em: <https://valor.globo.com/empresas/noticia/2017/03/22/fies-puxa-lucro-da-kroton-que- triplica-no-quarto-trimestre-1.ghtml>. Acesso em 18 de abril de 2023

MANZOLI JR; Ricardo. A. Kroton depois do furacão Fies. Isto É, São Paulo, 15 de jun. de 2015. Dinheiro. Disponível em: <https://www.istoedinheiro.com.br/a-kroton-depois-do- furacao-fies/>. Acesso em 18 de abril de 2023.

MARTINS, A. S. Burguesia e a nova sociabilidade: estratégias para educar o consenso no Brasil contemporâneo. 2007. 312f. Tese (Doutorado em Educação) -UFF, Niterói.

MARX, K.. O Capital: crítica da economia política. Livro I. São Paulo: Boitempo Editorial, 2017.

MARX, K. O Capital: crítica da economia política. Livro 3: o processo global de produção capitalista. v.5. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, s/d.

MORAES, R. C. Neoliberalismo – De onde vem, de onde vai? São Paulo: Senac, 2001.

NOVAES, H. T; OKUMURA, J. H. Introdução à política educacional em tempos de barbárie. Marília: Oficina Universitária - Unesp, 2021.

PETERS, O. Didática do ensino a distância: experiências e estágio da discussão numa visão internacional. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2006.

SANTOS, T. da C. C; PAIXÃO, T. S. A mundialização do capital e seus impactos sobre o processo de trabalho e a educação. Revista HISTEDBR. Campinas, n. 59, p. 68-84, out., 2014.

SCHULTZ, T. W. O capital humano: investimento em educação e pesquisa. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1973.

SINGER, P. Curso de introdução à economia política. Rio de Janeiro: Forense- Universitária, 1984.

VENUGOPAL, R. Neoliberalism as concept. Economy and Society, v. 44, n. 2, p. 165- 187, 2015.

Downloads

Publicado

2024-08-08

Como Citar

Bellinaso, F., & Tahan Novaes, H. (2024). EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL: DA FERRAMENTA NEOLIBERAL À NOVA MORFOLOGIA DO TRABALHO DOCENTE. Revista Trabalho Necessário, 22(48), 01-23. https://doi.org/10.22409/tn.v22i48.62235

Edição

Seção

Artigos do Número Temático